Investir em projetos em tempos de crise requer um arsenal de garantias para evitar perdas financeiras e assegurar o retorno estimado do acionista. Esse cenário trouxe grandes expectativas para as seguradoras que atuam com seguros financeiros, como seguro garantia, de crédito interno, de crédito à exportação e até mesmo seguro de risco político.
O principal deles é o seguro garantia. Seguradoras, resseguradoras e corretoras do mundo todo estão de olho nos mais de R$ 1 trilhão em investimentos previstos em obras de infraestrutura.
Só o complexo do Rio Madeira, com investimentos em bens de capital para implantação em torno de R$ 13,5 bilhões, exigiu garantias de aproximadamente R$ 3,6 bilhões, emitidas por um pool de seguradoras e resseguradoras.
"O volume esperado em vendas de seguro não se confirmou na prática por conta da postergação da contratação de algumas grandes obras para 2012", diz Gustavo Henrich, diretor técnico da JMalucelli Seguradora, líder do segmento na América Latina e dona de fatia de 36% no país.
A concorrência de preços também ajudou a derrubar as expectativas do faturamento deste segmento. As taxas, em vários casos, chegaram a recuar mais de 30%. "Temos cerca de 24 seguradoras, com contratos automáticos que, juntos, somam mais de R$ 5 bilhões. Desse total, ao menos 14 têm estratégia para seguro garantia. Com tantos concorrentes, houve queda dos preços", comenta diretor executivo da Austral, Carlos Frederico Leite Ferreira.
Para ele, o setor deve encerrar o ano com um possível aumento de 5% no volume de prêmios. Pouco, perto dos 30% previstos inicialmente. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), organizados pela JMalucelli, o mercado de seguro garantia cresceu 13,22%, gerando R$ 445 milhões de prêmios nos sete primeiros meses do ano. No período, a JMalucelli cresceu 16% e a Austral, 40%.
Fonte: Valor Econômico/Denise Bueno | Para o Valor, de São Paulo
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