Caixa de crédito da instituição presidida por Roberto Smith dispõe, atualmente, de R$ 30 bilhões
O Banco do Nordeste (BNB) vai pleitear, junto ao Ministério da Fazenda, a ampliação de seu caixa de crédito em R$ 3,6 bilhões anuais para os próximos quatro anos. O montante representa 12% do total de recursos com os quais a instituição do fomento hoje conta, que contabilizam R$ 30 bilhões. Uma reunião no ministério deverá ocorrer, provavelmente na próxima semana, em Brasília.
De acordo com o presidente do banco, Roberto Smith, esse incremento pode ser possível caso a economia brasileira continue mostrando bons resultados. O acréscimo se torna necessário para que a instituição continue promovendo a expansão do crédito para financiamento de longo prazo no Nordeste. "O BNDES hoje está perante esse problema, todos os bancos públicos estão. Nós estamos nos defrontando com uma demanda de investimento muito elevada, apesar do panorama de crise que existe, em termos internacionais. E marcamos já uma outra reunião em Brasília para podermos discutir como é que se dará a captação de recursos destinados ao credito de longo prazo. Não há nenhuma preocupação, nenhuma falta para o crédito de curto prazo", explica.
Segundo ele, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal linha de financiamento do banco, tem vinculação com a arrecadação do País, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Renda.
PIB e crescimento
"Com o crescimento que está projetado, você pode fazer a ampliação acompanhando o crescimento do PIB. Se eu estou precisando de 12%, se o PIB cresce 5% a 7,5%, para fechar a conta, precisa captar mais recursos", esclarece.
Roberto Smith inaugurou, ontem, o XVI Fórum BNB de Desenvolvimento e o XV Encontro Regional de Economia, que discute o papel do Nordeste no novo contexto do País.
Entre as questões que pautaram o evento, a continuar hoje, estão as oportunidades de negócios no Nordeste com o pré-sal. De acordo com o presidente do banco, apesar de essas reservas petrolíferas se localizarem no Sudeste e Sul do País, o Nordeste possui potencial para contribuir nessa nova fonte de renda nacional. "A questão do pré-sal deverá envolver grandes investimentos por parte da Petrobras, mas existe toda uma cadeia produtiva vinculada ao pré-sal e isso nos preocupa muito, porque o que nós entendemos dentro do pensamento e da ação do desenvolvimento é que é preciso garantir que uma parte significativa dos investimentos vinculados à exploração desse petróleo estejam localizados no Nordeste, gerem empregos e renda no Nordeste. Essa discussão é colocada desde o início e nós temos participado de reuniões nesse respeito", aponta.
"Não é só o estaleiro e refinaria, mas toda a estruturação produtiva que decorre do efeito do chamado efeito pra trás, de fornecimento e de estruturação desses investimentos. É claro que estaleiro é um foco, mas estaleiro tem que receber as matérias-primas e toda a parte de trabalhos especializados. Dentro dos investimentos que estão preconizados, a avaliação que a gente faz é que é preciso tratar de uma forma diferenciada, como já está se fazendo, para que a localização no Nordeste obedeça a uma proporção mais elevada" completa Smith.
GOVERNO FEDERAL
Gastos com transferência de renda chegam a 50%
50% do gasto primário do Governo Federal, hoje, é com transferências de renda, em programas de redução da pobreza. A região mais beneficiada com essa política é o Nordeste, destaca o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Henrique Barbosa Filho. Isso, segundo ele, tem propiciado um crescimento mais rápido do Nordeste. O secretário esteve ontem no evento do Banco do Nordeste.
"A velocidade de convergência entre o Nordeste e o resto do Brasil não está tão elevada porque o resto do Brasil também está crescendo. Mas a maior participação do Estado na economia tem propiciado uma redução do nível de pobreza, uma melhor distribuição de renda e de emprego para o Nordeste do Brasil. Cada política tem o seu próprio objetivo.
A política de transferência de renda tem por objetivo reduzir a pobreza e a desigualdade na distribuição de renda.
As outras politicas de desenvolvimento, principalmente os investimentos em portos, em siderurgia, no aumento da produção do Nordeste, elas vão promover um crescimento mais rápido da renda da região em relação ao resto do País".
Segundo ele, que é o responsável pela política econômica brasileira, o Nordeste já vem reduzindo a sua dependência das transferências federais.
Fonte: Diário do Nordeeste(CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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