Do Rio - O BNDES continuará a ser o principal financiador do setor elétrico devido ao volume de crédito disponível e às taxas de juros, avaliam as empresas financiadas. "Hoje não tem financiamento no Brasil compatível com projetos de longo prazo que não seja o do BNDES", afirma o diretor de Desenvolvimento de Negócios da GDF Suez no Brasil, Gil Maranhão.
A GDF Suez pleiteia um financiamento extra junto ao banco para a ampliação da UHE Jirau de 3.300 MW para 3.750 MW. De acordo com Maranhão, o volume a ser emprestado pelo banco ainda não está definido. A ampliação da hidrelétrica deve demandar aportes de pouco mais de R$ 1 bilhão.
Outra empresa financiada, a Light Energia, também tem contado com os financiamentos do banco. Este ano, a instituição aprovou um financiamento de R$ 35,5 milhões para a empresa. Os recursos serão aplicados na modernização do parque gerador da empresa, através da substituição de equipamentos e materiais obsoletos. O crédito corresponde a 74,6% do investimento previsto e é proveniente da linha voltada para projetos de eficiência energética (Proesco).
"O banco financiou todos os outros programas bianuais de investimento da Light Energia. Já temos uma relação antiga com a instituição. É o maior banco de fomento do mundo e extremamente importante para o setor elétrico" afirma o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Light, João Batista Zolini.
O BNDES desembolsou, nos três primeiros meses de 2012, R$ 2,6 bilhões para projetos de energia elétrica, 23% a mais que o desembolso do terceiro trimestre de 2011. Até o final do ano esse valor deve chegar a R$ 19 bilhões, segundo o presidente da instituição, Luciano Coutinho.
O banco conta atualmente com 217 projetos de energia elétrica em sua carteira. O valor do apoio chega R$ 96,43 bilhões. O valor total dos investimentos totais na carteira de projetos deverá chegar a R$ 152,2 bilhões. Para 2012, entre liberados e programados, deverão ser 149 projetos, um incremento de 39,2% sobre o apresentado em 2011.
A geração hidrelétrica continuará sendo o segmento com maior apoio, com R$ 52,3 bilhões. O segmento de energia eólica tem atualmente o maior número de projetos financiados para geração pelo banco, 35, e conta com apoio financeiro de R$ 11,46 bilhões. Os 17 projetos em carteira de geração termelétrica receberão R$ 5,8 bilhões. Os 32 projetos de PCHs contarão com R$ 2,19 bilhões. O único projeto de geração termonuclear em carteira, Angra 3, tem expectativa de receber R$ 6,1 bilhões.
O BNDES está ampliando sensivelmente os seus desembolsos de financiamento de projetos de energia eólica. Este ano o banco já atingiu a marca de R$ 4 bilhões liberados em financiamentos para 48 projetos no segmento. Em 2011 os desembolsos foram de R$ 2,2 bilhões.
Dos desembolsos no departamento de energias alternativas (cogeração, biomassa e PCHs), as eólicas respondem por 75% dos financiamentos. Dos R$ 6 bilhões previstos para energias alternativas em 2012, R$ 4,5 bilhões devem seguir para eólicas. (CS)
Fonte: Valor Econômico
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