O crescimento do mercado de barcos de lazer no Brasil está abrindo novas oportunidades para se construir e modernizar marinas, estruturas privadas que hospedam e prestam serviços a essas embarcações de recreação. Atenta a essa tendência, a BR Marinas, dona de dois complexos náuticos em Angra dos Reis (RJ), tem planos de compra e reforma de marinas existentes. A empresa também quer desenvolver novos projetos no interior do país, não só no litoral.
Controlada pela AC Lobato, uma empresa familiar, e pela Icatu Holding, a BR Marinas tem projetos de reforma e de construção de marinas com investimentos que podem somar R$ 58 milhões. Com isso, serão criadas mais de 2,6 mil vagas para barcos de lazer no litoral do Rio nos próximos três anos.
Para sustentar o plano de crescimento, a empresa contratou uma assessoria financeira do Rio, cujo nome é mantido em sigilo. O objetivo é encontrar um investidor interessado em entrar no negócio. Gabriela Lobato Brandão Marins, presidente da BR Marinas, diz que a ideia é manter o controle acionário da BR Marinas em mãos dos atuais sócios, mas o ingresso de um novo acionista facilitaria à empresa fazer aquisições. "Temos o objetivo de ser consolidadores no mercado brasileiro e também no exterior, se surgirem oportunidades atrativas", diz Gabriela.
A empresa pretende remodelar duas marinas no litoral sul fluminense: a Bracuhy, em Angra, e a Itacuruça, em Mangaratiba. Projetada na década de 1970, a marina Bracuhy vai receber investimentos de R$ 15 milhões para chegar ao verão de 2013 com capacidade de receber 240 barcos no mar e 400 em terra. Em Itacuruça, o plano é ter capacidade para 220 barcos na água e 460 em terra. O investimento no projeto é estimado em R$ 16 milhões.
A BR Marinas também assinou memorandos de entendimento com donos de terrenos para construir três novas estruturas náuticas em Búzios, Parati e Angra dos Reis. Juntos, os três projetos somam investimentos superiores a R$ 27 milhões e terão capacidade de receber 1.283 barcos, entre vagas molhadas (na água) e secas (em terra). Os investimentos poderão ser feitos com recursos próprios e financiamentos.
A empresa estuda ainda desenvolver outros 17 projetos em locais como João Pessoa (PB), Salvador (BA) e Brasília, além de analisar negócios na região Sul e em São Paulo. Em 2011, a BR Marinas deve faturar cerca de R$ 27 milhões com a operação das duas marinas em Angra dos Reis - a Verolme e a Piratas. O lucro sobre o faturamento situa-se na faixa de 34%.
A Marina Verolme abriga hoje 520 barcos, a maioria de grande porte, frota que representa ocupação de cerca de 85%. A Verolme é mais do que uma marina, trata-se de um complexo náutico pois, além da área para os barcos, foi criado um pólo industrial náutico onde há diversos armadores, inclusive estrangeiros, instalados para construir embarcações de lazer.
Segundo Gabriela, a operação de vagas para barcos é uma das linhas de negócio, uma vez que são oferecidos outros serviços relacionados, como oficina, manutenção e venda de equipamentos. O Verolme deve faturar R$ 22,5 milhões este ano. O outro complexo, a Marina Piratas, tem 474 barcos e uma taxa de ocupação de 87%.
O dono de uma embarcação de 44 pés, com valor de mercado de cerca de R$ 2 milhões, paga R$ 3,8 mil por mês para deixar o barco em terra na BR Marinas. O aluguel dá direito a dez movimentações para tirar a embarcação do seco e colocá-la no mar e vice-versa. Um barco maior, de 70 pés, paga R$ 6,8 mil para permanecer no mar, na área da marina. Serviços de energia e água são pagos à parte.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio
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