Se tudo correr bem, o mercado americano de carne bovina estará aberto para a proteína brasileira “in natura” no início de agosto.
Após a vinda dos representantes dos Estados Unidos ao Brasil para a avaliação dos frigoríficos, programada para junho, eles ainda terão algumas semanas para apresentar o relatório com aprovação ou pedido de eventuais correções.
PUBLICIDADE
O Brasil terá mais 60 dias para avaliar esse relatório dos EUA e, é claro, fará essa análise em um tempo bem curto para apressar as vendas.
Líder mundial em exportações de carne bovina, o Brasil não terá muito espaço no mercado americano. O país deverá disputar uma cota de 64,8 mil toneladas com vários outros países incluídos em um bloco chamado “outros”.
Dessa cota, 24% já foram preenchidos até 20 de março pelos demais concorrentes do Brasil. Após agosto, esse volume será bem menor.
Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), diz que essa abertura é importante porque o Brasil deverá colocar principalmente carne para hambúrguer no mercado americano, um produto com menos gordura.
Diferentemente do Brasil, que vai disputar uma cota com outros países, Argentina e Uruguai têm um volume anual definido em 20 mil toneladas cada.
Se o Brasil vencer a concorrência com os outros países de seu grupo, no entanto, poderá superar as cotas dos dois vizinhos da América do Sul.
A carne exportada fora da cota preestabelecida tem alíquotas de importação que tornam as vendas inviáveis para o Brasil e outros países.
Austrália, com 378 mil toneladas liberadas, e Nova Zelândia, com 213 mil, são os países como maior volume habilitado para exportar para os Estados Unidos.
Esses dois países, porém, estão com vendas bem inferiores aos volumes permitidos. A Austrália, de janeiro a março, só colocou 9,9% do volume que tem. A Nova Zelândia, 14,5%.
Os Estados Unidos lideram a produção mundial de carne bovina. Deverão produzir 12,7 milhões de toneladas neste ano. São líderes mundiais também no consumo, que terá um volume próximo do da produção.
O país deverá importar 1,4 milhão de toneladas neste ano e exportar 1,47 milhão, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Fonte: Folha SP