Fábio Borges
O mercado de trabalho tem demandado trabalhadores com maior nível de escolaridade, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em oito anos o número de empregos quase triplicou em relação a trabalhadores com segundo grau completo: passaram de 6,4 milhões em 2000 para 15,2 milhões em 2008. Quando volta-se a 1990, adiferença é ainda mais impactante: nessa faixa havia 3,8 milhões de empregos.
As novas tecnologias e os processos produtivos justificam a aceleração nas contratações dirigidas a pessoas com maior nível de educação, segundo a equipe técnica do Ministério do Trabalho e Emprego. Tal fato também se repete na faixa de escolaridade Superior Completo, onde o número de contratados era 2,2 milhões em 1990; passando a 3,1 milhões em 2000 e alcançando a marca de 6 milhões de vagas ocupadas em 2008.
Em contrapartida a esse processo de crescimento, encontram-se as faixas educacionais nas quais o nível de emprego cai, como acontece na 8ª série incompleta. Segundo a Rais, o número de empregos nesse segmento caiu de 3,57 milhões em 1990 para 3,5 milhões em 2000, até chegar em 3,4 milhões em 2008. Também houve retração no número de admissões na escolaridade 4ª série completa: 4,2 milhões em 1990; 2,8 milhões em 200; 2,1 milhões em 2008.
Setores - Em relação aos setores da economia, o estoque de empregos na Indústria Extrativa Mineral com 2º grau completo apresentou crescimento relevante ao passar de 11,8 mil em 1990 para 82 mil em 2008. Na esfera do Superior Completo, passou de 7.995 para 36,6 mil no mesmo período. Já no segmento Comércio, o estoque de empregados com o 2º grau completou subiu de 456 mil para 3,7 milhões; ao passo que, em relação a 8ª série incompleta, caiu de 628 mil em 1990 para 528 mil em 2008.
Por outro lado, houve retração acentuada no estoque de trabalhadores com a 4ª série completa no setor de Serviços. Segundo a Rais, diminuiu de 1,1 milhão em 1990 para 559 mil em 2008. Tais resultados demonstram que, tanto do lado da oferta como da demanda, as contratações vão no sentido de elevar o emprego nas maiores faixas de escolaridade e reduzir nos intervalor menores.
Qualificação - Afim de facilitar a entrada de trabalhadores ou a sua reinserção no mercado de trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego conta com uma série de programas de capacitação profissional. O Plano Nacional de Qualificação (PNQ) - como é conhecido, vem desde 2003 qualificando trabalhadores em todo o Brasil.
Uma de suas vertentes é o Plano Setorial de Qualificação (Planseq), cujo objetivo é capacitar mão-de-obra para inserção no mercado de trabalho a partir de demandas do próprio setor, atendendo à necessidade de cada região. O programa é realizado em parceria com entidades da sociedade civil e governos de estado e municipios. Já foram implementados nos setores de Comércio, Serviços, Metalúrgico e Indústria Naval, entre outros. (fonte: Ultimo Segundo)
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