Petroquímica compra fábricas de resina da Dow Chemical por US$ 323 mi e aumenta capacidade em 50% no país
Brasileira também leva fábricas na Alemanha; aquisições fizeram empresa dobrar de tamanho em 18 meses
A Braskem deu um salto ontem na sua estratégia de expansão internacional. A empresa anunciou a compra do negócio de polipropileno (resina usada na produção de plásticos) da Dow Chemical por US$ 323 milhões.
A aquisição compreende quatro fábricas com capacidade de produção total de 1 milhão de toneladas de polipropileno, sendo duas nos EUA (no Estado do Texas) e duas na Alemanha.
Com a operação, a companhia estreia em produção na Europa e se torna a maior fabricante de polipropileno dos EUA, país com o maior consumo per capita da resina.
A Braskem entrou nos EUA no ano passado, com a compra da Sunoco Chemicals. Agora, com os ativos da Dow, aumenta sua capacidade de produção no país em 50% e chega a 1,425 milhão de toneladas por ano, à frente de gigantes como Exxon Mobil, Total e LyondellBasell.
A capacidade anual das plantas na Alemanha é de 545 mil toneladas e contribui para o avanço da Braskem no ranking mundial de produtores de resinas --da oitava para uma posição entre o sexto e o quarto produtor mundial.
"Desde janeiro de 2010, mais que dobramos de tamanho", disse ontem o presidente da empresa, Carlos Fadigas. Com importantes aquisições no período --como a Quattor, no Brasil, a Sunoco e a Dow Chemical, nos Estados Unidos--, a Braskem passou da capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas para 7,5 milhões anuais.
Além das fábricas, a Braskem também levará a carteira de clientes da Dow, patentes e contratos com fornecedores. A empresa espera concluir a operação em até três meses, período em que aguardará a aprovação da compra pelos órgãos antitruste dos EUA e da Europa.
A Braskem estima obter economias de custo e ganhos de escala de US$ 140 milhões com a operação.
COMPETITIVIDADE
Com o setor petroquímico cada vez mais atrativo nos EUA, devido à nova técnica de extração de gás de xisto que reduziu o custo da matéria-prima para o setor, a empresa quer aumentar ainda mais sua presença no país.
"Estamos preparando todas as alternativas de crescimento. Podemos tocar novos projetos sozinhos ou adquirir outras fábricas", disse o vice-presidente de relações internacionais da empresa, Luiz de Mendonça.
Apesar do alto preço do gás no Brasil e da valorização cambial, que afeta as exportações do setor, Fadigas afirma que os investimentos no país ainda são prioridade, mas cobra ação do governo.
"A indústria espera uma política industrial que permita ao Brasil ser competitivo."
A empresa investe R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de PVC em Alagoas e discute participação no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio). "Estamos conversando com a Petrobras sobre como tornar o Comperj competitivo." Ao lado da Odebrecht, a estatal é um dos principais acionistas da Braskem.
Fonte> Folha de São Paulo/TATIANA FREITAS/DE SÃO PAULO
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