O preço médio do quilo dos produtos cearenses exportados caiu 24,6% no acumulado de janeiro a maio
O câmbio tem jogado contra as empresas cearenses que mantêm negócios no mercado internacional. Embora o Estado tenha exportado 59,9% a mais em volume de mercadorias (totalizando 264 mil kg), na comparação do acumulado de janeiro a maio deste ano, o preço médio por quilo de produto caiu 24,6%, fechando em US$ 1,88 (contra US$ 2,49, na mesma base de comparação). Os dados fazem parte do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN-CE), da Federação das Indústrias do Estado (Fiec).
Não obstante a retração no preço médio do volume exportado, maio marcou alguns recordes para o segmento de comércio internacional cearense. O número de países-destino das exportações locais naquele mês - 95 - é o maior dos últimos 10 anos. E o valor das exportações em maio, US$ 90,6 milhões, é o mais alto registrado na última década. Apesar disso, a participação das exportações cearenses no total nacional foi a menor em 10 anos, de apenas 0,5%.
Dentre os principais países-destino das exportações cearenses, os destaques ficaram por conta da República Tcheca, Indonésia e Dinamarca, com taxas de crescimento de 640,7%, 521,3% e 588,6%, respectivamente. Os principais produtos enviados para estes países foram couros/peles bovinos. No tocante aos blocos econômicos, os embarques foram positivos, com exceção da Comunidade Andina e da África, que registraram quedas de 25,9% e 78,9%, respectivamente.
O levantamento do CIN-CE mostra, ainda, que os principais produtos da pauta cearense de exportação apresentam taxa de crescimento positiva no período janeiro a maio de 2010, quando comparado ao mesmo intervalo do ano passado. São eles: calçados (43,1%), castanha de caju (17,9%), couros (65,6%), fruticultura 95,4%) e têxteis (7%).
O setor de ceras vegetais apresenta o maior crescimento no período janeiro a maio de 2010, com 70,3% quando comparado ao mesmo intervalo do ano passado. Entretanto, os embarques equivalentes a US$ 16,6 milhões representaram apenas 3,3% da pauta local. Também merece destaque o incremento de 65,6% no faturamento das vendas externas de rochas ornamentais, totalizando US$ 6,3 milhões no acumulado até maio. O setor de calçados apresenta o maior saldo comercial dentre os principais segmentos exportadores do Estado, no valor de US$ 171,4 milhões. Mas, os demais setores exportadores respondem por um saldo comercial negativo de US$ 415,6 milhões, o que contribui para o saldo negativo total de US$ 165,6 milhões da balança comercial cearense.
Por outro lado, apresentaram variações negativas os embarques externos do seguintes segmentos: freios e suas partes (-80,8%), móveis (-57,6%), mel natural (-44%) e lagosta (-35,7%). No caso do camarão, as exportações despencaram¨ 100% este ano.
Corredores
Dentre os principais corredores de saída dos produtos cearenses, o levantamento do CIN-CE destaca o porto de Salvador, por onde são escoadas as castanhas de caju, com incremento de 3.400%. No entanto, o terminal marítimo do Pecém continua sendo o principal portão de saída dos produtos cearenses, com US$ 305,5 milhões - 29,1% a mais do que no acumulado de 2009 até maio.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SAMIRA DE CASTRO
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