CAMPINAS - A burocracia nos portos e aeroportos foi apontada como o principal entrave pelas empresas associadas ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas que atuam em comércio exterior.
No caso das importações o desembaraço das mercadorias é lento e mercadoria parada representa custo, o que prejudica a competitividade.
Com relação às exportações, a burocracia está associada às barreiras técnicas e sanitárias. Ainda referente às exportações, as empresas apontaram também dificuldades com relação aos altos custos do transporte e a taxa de câmbio.
A falta de demanda internacional em decorrência da estagnação dos mercados americano e europeu como reflexo da crise econômica global também representa uma dificuldade de exportação, o que levou estas empresas a buscarem o mercado interno como solução da distribuir seus produtos.
As informações constam da primeira pesquisa de sondagem de comércio exterior feita pelo Ciesp Campinas na primeira quinzena deste mês junto às suas associadas com dados referentes ao mês de julho com análise dos resultados dos pesquisadores do Centro de Pesquisas Econômicas da Faculdades de Campinas (Facamp). O levantamento mostrou também que as exportações das empresas associadas ao Ciesp Campinas atingiram US$ 164 milhões em julho de 2010 e as importações atingiram cerca de US$ 178 milhões registrando um déficit na balança comercial da ordem de US$ 14 milhões.
Em comparação com o mês de junho de 2010 a corrente comercial caiu 33%. Em comparação do mês de julho de 2010 com o mesmo período de 2009 a corrente de comércio exterior caiu 13%. Essa queda é atribuída à pequena desaceleração da economia brasileira nos últimos meses e à manutenção do baixo crescimento da economia internacional. No acumulado de janeiro a julho a corrente de comércio exterior da Região Metropolitana de Campinas supera a marca de US$ 3,1 bilhões, ou seja, 24% superior ao mesmo período do ano passado. Este desempenho maior foi registrado para o crescimento das importações (23,6%) e das exportações (24,4%) comparando janeiro a julho de 2010 com igual período de 2009.
Um dado que chama a atenção na pesquisa é que o índice de 24% de aumento nas exportações da RMC é superior ao desempenho registrado no Estado de São Paulo que foi de 21%.
Quando comparada a 2008, a recuperação das exportações e das importações ainda está bem abaixo do que foi registrado naquele ano. No acumulado de janeiro a julho as exportações de 2010 estão inferiores em 39% na comparação com igual período de 2008. Já as importações estão 38,6% menores na comparação dos períodos.
Sondagem
A sondagem interceptou também que mais da metade das empresas associadas ao Ciesp Campinas (59%) importaram entre 6% e 25% do valor de seu faturamento e 50% delas exportaram este mesmo percentual. O coordenador do centro de pesquisas econômicas da Facamp, professor Rodrigo Sabbatini, analisou que isso mostra a importante atuação dessas empresas no comércio exterior.
"Cerca de 18% das empresas exportadoras vendem ao exterior mais de 50% de seu faturamento, ou seja, elas tem um coeficiente de exportação muito elevado. Isso é um fato muito interessante porque mostra que são empresas que são muito competitivas no mercado internacional."
Em julho de 2010, a Argentina foi o principal mercado das exportações das empresas associadas ao Ciesp Campinas. Na sondagem 23% delas apontaram que a Argentina foi o principal comprador de seus produtos. Ainda referente à exportação 32% das empresas da RMC tem como alvo de seus produtos a Arábia Saudita, Chile, Colômbia, Caribe e Síria, Paraguai e Venezuela.
Os Estados Unidos aparecem para 18% das empresas como destino para seus produtos. No caso das importações a China é o principal parceiro comercial para 41% das empresas seguido pelos Estados Unidos com 27% e União Europeia com 23%.
A sondagem de comércio exterior do Ciesp Campinas mostrou também que pelo porto de Santos passam quase 60% dos produtos importados e exportados pelas empresas da RMC associadas ao Ciesp. Na segunda posição vem o aeroporto internacional de Viracopos com 27% de produtos importados e 23% de produtos exportados.
"O perfil de produção da região pressupõe produtos cujo transporte por avião é mais complexo, custa muito caro e não vale a pena. A importância de Viracopos é maior do que a gente imaginava", analisa Sabbatini.
O setor metalúrgico liderou as exportações e as importações no mês de julho com total exportado de US$ 61,77 milhões com 37,7%.
Fonte: DCI/milton paes
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