O crescimento do Brasil está atrelado ao livre comércio e à simplificação tributária, segundo avalia o presidente da Cargill no Brasil, Luiz Pretti. Apesar dos pesares, com problemas político-econômicos, a subsidiária da múlti americana do agronegócio no país obteve receita líquida de R$ 45,6 bilhões em 2018, aumento de 33% ante 2017, e, no período, o lucro líquido cresceu 17,1%, para R$ 630,1 milhões. Pretti recebe hoje o prêmio “Executivo de Valor” na categoria agronegócio.
Para crescer ainda mais, é necessário que o Brasil também avance. Na visão do executivo, isso vai acontecer à medida que avançar uma agenda mais pragmática em termos comerciais. Para ele, essa agenda deve contemplar o livre comércio, a simplificação tributária e a desburocratização. “Além disso, não podemos de forma alguma retroceder em políticas de proteção ao meio ambiente, tais como o Código Florestal Brasileiro”, afirmou.
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Sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro, ele avalia que ainda é cedo para apontar erros da gestão. “O governo ainda está seguindo sua linha de aprendizado e é natural que seja assim”, disse. Pretti está otimista com a Reforma da Previdência, tida como ponto crucial da atual gestão. O presidente da Cargill no Brasil acredita que a reforma será aprovada e que isso representará “um ponto de inflexão tanto na economia quanto na política brasileira”.
Uma decepção com o governo atual é a manutenção do tabelamento do frete rodoviário, que elevou custos das tradings e afetou as margens em 2018. “O poder público não poderia interferir na regra mais básica da economia que é a lei da oferta e procura. As consequências desta interferência artificial são enormes e muito negativas para o país. Estamos muito preocupados em relação à esse tema”, destacou.
Mesmo com a dificuldade de o governo aprovar uma reforma previdenciária, Pretti não enxerga queda de confiança dentre os empresários do agronegócio. “Apresentamos nosso balanço há algumas semanas e tivemos números positivos. A Cargill continua investindo no país e seguiremos nosso cronograma para esse ano fiscal que se inicia em junho. Sabemos que teremos um ano com desafios pela frente e estamos prontos para enfrentá-los”, disse.
Fonte: Valor
