No acumulado do ano, o Estado já comercializou 12,3% a mais com o exterior, ante igual período de 2010
Mesmo com um recuo de 43,9% no valor exportado em setembro ante o mês anterior, o Ceará já acumula US$ 1,02 bilhão nas suas vendas externas neste ano. Continuando neste ritmo, avalia o superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Eduardo Bezerra, "seguramente, as exportações cearenses deverão ficar acima de US$ 1,3 bilhão em 2011, chegando a US$ 1,36 bilhão ou até mesmo a US$ 1,4 bilhão".
"Vamos bater outro recorde nas exportações", comemora Bezerra ao confrontar a estimativa com o montante obtido no ano passado (US$ 1,22 bilhão). De janeiro a setembro deste ano, o Estado já comercializou 12,3% a mais com o exterior que no mesmo período de 2010.
No nono mês de 2011, o Ceará vendeu externamente US$ 107,21 milhões, cifra bem abaixo dos US$ 191,25 milhões contabilizados em agosto, mas 1,3% acima do exportado no mesmo mês de 2010, quando foram totalizados US$ 105,81 milhões. Neste cenário, o Estado continua a ocupar a 14ª posição dentre as unidades da federação exportadoras, e a terceira posição dentre os estados da região Nordeste.
Setores e produtos
Os cinco principais setores exportadores cearenses são calçados, castanha de caju, couros, têxteis e fruticultura, que foram responsáveis por 63,7% do total das vendas externas do Estado até setembro deste ano.
Apesar de calçados continuar sendo o principal setor exportador cearense, este permanece em queda (12,4%), quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, têxteis, com um crescimento de 43,9%, e o setor de Flores, com crescimento de 56,8%, merecem destaque.
Dentre os principais produtos exportados destaca-se couros e peles, com variação positiva de 89,3%. Também se sobressaem óleos brutos de petróleo, com exportação para os Estados Unidos e Santa Lúcia, que permanece como o terceiro produto mais exportado pelo Ceará.
Dentre os principais países-destino das exportações cearenses, Peru e Hong Kong permanecem com altas taxas de crescimento, 115,3% e 142,4%, respectivamente. Mas vale ressaltar, acrescenta Bezerra, que do ano passado para cá, dos 159 destinos para os quais o Ceará exportou, "dez registraram a primeira venda, como Burkina-Faso, Vanuatu, Ilhas Cayman Ilhas Cook, Georgia, Catar, Ilhas Virgens e Ilhas Midway".
"Diversificar destinos é uma estratégia para sair da crise econômica, concentrada nos Estados Unidos e na União Europeia", argumenta.
Importações
Até o mês de setembro, o Ceará importou cerca de US$ 1,73 bilhão. Esse é o maior valor das importações do Estado quando comparado aos primeiros nove meses dos últimos dez anos. Dentre os principais produtos comprados lá fora, continua a se destacar o algodão simplesmente debulhado, oriundo dos Estados Unidos e da Argentina, com crescimento de 442,9%; e outros tipos de algodão, com aumento de 661,3%. Destaque ainda para as importações de eletrogeradores de energia, com incremento de 397449,3% em relação ao mesmo período de 2010.
Déficit
Como resultado, a balança comercial do Ceará segue deficitária em US$ 709,94 milhões. Esse é o maior déficit da balança comercial cearense, quando comparados os nove primeiros meses dos últimos dez anos.
O que na avaliação de Eduardo Bezerra, do CIN, não é um fator preocupante. "O déficit comercial cearense não é ocioso. Pelo contrário, todos os itens que nós importamos têm reflexo na atividade econômica do Estado", pondera.
Em setembro
107,2 bilhões de dólares foi o montante exportado pelo Ceará no nono mês deste ano, cifra 43,9% abaixo da registrada em agosto
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ANCHIETA DANTAS JR.
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