A China deve liberar as exportações de novos frigoríficos brasileiros de carne bovina, suína e de aves no primeiro semestre desde ano. O Ministério da Agricultura estima que 15 novos estabelecimentos de suínos sejam autorizados a exportar para os asiáticos ainda no primeiro semestre.
O serviço veterinário chinês também vai revisar documentos para habilitar de mais nove estabelecimentos para exportar carne bovina. Além disso, governo do país asiático recebeu 47 questionários de estabelecimentos avícolas brasileiros, que estão em fase de análise.
A ampliação do comércio bilateral foi anunciada pelos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, e Zhi Shuping, da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena, da China. O anúncio aconteceu hoje durante a 2ª Reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), realizada em Brasília.
Além dos acordos na área animal, também foi discutida a ampliação das áreas autorizadas a exportar tabaco e milho. De acordo com o Ministério da Agricultura, o governo chinês está finalizando o processo para habilitar dos estados da Bahia e Alagoas a exportar tabaco. No caso do milho, o governo chinês vai enviar uma equipe de especialistas ao Brasil, em março, para realizar visitas nas áreas de produção de milho.
A iniciativa privada não vê com tanta ênfase o resultado da reunião. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo, diz que o acordo está longe de ser concretizado e ainda depende de visitas de missões veterinárias. “Esperávamos um maior avanço na reunião da Cosban. Caminhamos muito pouco. O certo seria aprovar alguns frigoríficos logo de cara”, diz Camargo.
A China foi responsável por mais de 17% do total exportado pelo Brasil em 2011, somando US$ 16,5 bilhões. O valor supera em 50% a receita de 2010, quando as vendas para aquele país totalizaram US$ 11 bilhões. Os principais produtos exportados em 2011 foram soja em grãos (US$ 10,9 bilhões), celulose (US$ 1,3 bilhão) e açúcar (US$ 1,21 bilhão). Essas três commodities representaram, 81,6% do total das exportações do agronegócio brasileiro.
Fonte: Valor / Tarso Veloso
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