A China comprou 26% de toda a carne vendida pelo Brasil nos quatro primeiros meses deste ano. Até abril, o país exportou 2 milhões de toneladas de proteína animal. Os chineses, incluindo as entradas via Hong Kong, ficaram com 520 mil.
Esse volume inclui carnes de frango, suína e bovina. A participação chinesa nas importações de carne suína subiu muito, devido aos problemas sanitários no país.
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Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), China e Hong Kong ficaram com 45% da carne suína que saiu pelas fronteiras do Brasil de janeiro a abril. No caso do frango, o percentual é de 17%.
A participação da China e de Hong Kong nas importações de carne bovina brasileira é ainda maior. Para a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), eles compraram 209 mil toneladas no quadrimestre, 52% do que foi exportado pelo país.
Um indicador da forte aceleração da participação chinesa nas vendas brasileiras são os dados de abril.
No mês passado, a China comprou 61% mais carne suína no país do que em abril de 2018, e 20% mais de carne de frango.
O país asiático assumiu a liderança nas compras de todos os três tipos de proteínas no Brasil: bovina, suína e de frango.
No setor de aves, embora tenha perdido a liderança, a Arábia Saudita ainda se mantém entre os principais importadores. O Japão vem a seguir.
Na carne suína, um dos destaques é o Uruguai, que assumiu a segunda posição no ranking dos principais importadores. O país vizinho desbancou a Rússia, que ocupava esse posto no ano passado.
Na carne bovina, Egito e Chile, segundo e terceiro lugares, importaram menos no quadrimestre, mas houve uma compensação pela elevação das compras do Irã.
AUMENTO DE PRODUÇÃO DE GRÃOS ELEVA ESTOQUES MUNDIAIS
As perspectivas de produção de grãos são boas, o que poderá deixar o mercado equilibrado na relação oferta e demanda. Em alguns casos, porém, haverá aumento de estoques, afetando os preços.
É o que mostram dados do Amis, relatório de mercado agrícola da FAO (Organização da Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), divulgado nesta quinta-feira (9).
Um dos problemas apontados pela FAO é a elevação de estoque, como o da soja. O comportamento do milho ainda é incerto. Argentina e Brasil terão safras recordes. A brasileira deverá ficar próxima de 100 milhões de toneladas, segundo estimativas de consultorias.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), conforme dados divulgados nesta quinta, prevê 95 milhões.
Um dos desafios no setor de milho neste ano será a provável queda de consumo do cereal na China, um grande consumidor.
Com a peste suína africana avançando na região, o número de animais tem uma brusca queda, reduzindo a demanda pelo cereal. Algumas estimativas indicam redução de até 200 milhões de suínos no país asiático, derrubando o rebanho total para menos de 400 milhões.
A soja também está com elevação dos estoques mundiais, devido à melhora de produção na Argentina e no Brasil. Na avaliação da FAO, os estoques mundiais vão atingir 56 milhões de toneladas na safra 2019/20, 13 milhões a mais do que na atual.
Trigo e arroz têm produção e consumo equilibrados, mas os estoques mundiais dos dois produtos serão de 36% da demanda anual na próxima safra.
Os novos números da FAO indicam produção de 1,14 bilhão de toneladas de milho em 2019/20. A safra de trigo renderá 767 milhões; a de arroz, 517 milhões; e a de soja, 364 milhões.
À exceção do arroz, que subiu 1%, os outros três produtos caíram 4% nos preços de abril, em relação aos de março.
Fonte: Folha SP
Fonte: Folha SP