A economia da China se contraiu pela primeira vez desde pelo menos 1992 no primeiro trimestre, quando a pandemia de coronavírus interrompeu as fábricas e manteve milhões de pessoas confinadas em suas casas.
Coronavírus e medidas de contenção deixaram a segunda maior economia do mundo quase paralisada no início de 2020 — Foto: Cheng Min/Xinhua via APCoronavírus e medidas de contenção deixaram a segunda maior economia do mundo quase paralisada no início de 2020 — Foto: Cheng Min/Xinhua via AP
Coronavírus e medidas de contenção deixaram a segunda maior economia do mundo quase paralisada no início de 2020 — Foto: Cheng Min/Xinhua via AP
O produto interno bruto (PIB) caiu 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, em comparação com o crescimento de 6,0% no quarto trimestre de 2019, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.
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O resultado veio melhor do que a mediana das previsões de uma contração de 8,3% em uma pesquisa de economistas realizada pelo "The Wall Street Journal".
Foi a primeira vez que a economia se contraiu em um trimestre desde 1992, quando o governo começou a divulgar números trimestrais.
A economia recuou 9,8% quando comparada ao quarto trimestre de 2019.
A disseminação do coronavírus e as medidas de contenção do governo deixaram a segunda maior economia do mundo quase paralisada no início de 2020.
Mais indicadores
Outros dados econômicos divulgados nesta sexta-feira, mostrando o enfraquecimento da atividade em março, embora em um ritmo menos acentuado do que nos dois primeiros meses do ano, quando Pequim luta para reavivar a segunda maior economia do mundo.
A produção industrial caiu 1,1% em março em comparação com o mesmo mês do ano anterior, após um declínio de 13,5% no período de janeiro a fevereiro, informou o NBS. Uma pesquisa de economistas feita pelo "The Wall Street Journal" previa uma queda de 7,5%.
O investimento em ativos fixos no primeiro trimestre caiu 16,1%, em comparação com uma queda de 24,5% registrada no período de janeiro a fevereiro e em linha com uma queda de 16,1%, sugerida pela pesquisa do WSJ.
As vendas do varejo da China caíram 15,8% em março em relação a igual período do ano anterior, após um declínio de 20,5% nos dois primeiros meses do ano. A pesquisa de economistas previu que o indicador de consumo cairia 8,0%.
O departamento de estatísticas também disse que a taxa de desemprego urbano na China era de 5,9% no fim de março, melhorando ante os 6,2% registrados em fevereiro.
Imóveis
O NBS também divulgou que as vendas de imóveis na China melhoraram em março em comparação com os dois primeiros meses do ano, com a retomada gradual da atividade comercial.
As vendas de imóveis, em valor, no período de janeiro a março contraíram 22,8% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). As vendas caíram 34,7% no período entre janeiro e fevereiro.
As obras iniciadas caíram 27,2% nos três primeiros meses deste ano, desacelerando em relação à queda de 44,9% no período de janeiro a fevereiro.
Os incorporadores imobiliários chineses relataram fortes quedas nas vendas de imóveis, agravados pela crise do coronavírus, levando as expectativas para uma desaceleração mais ampla neste ano.
O investimento imobiliário, incluindo imóveis comerciais e residenciais, caiu 7,7% nos três primeiros meses, em comparação com uma queda de 16,3% no período de janeiro a fevereiro.
O setor imobiliário é um dos primeiros a sinalizar o reinício da atividade comercial, pois alguns governos locais tentaram afrouxar as regras de controle da propriedade. As autoridades locais precisam encontrar um delicado equilíbrio entre garantir o crescimento e seguir a linha do governo central para evitar a especulação imobiliária.
Fonte: Valor