A estatal chinesa Cofco International, uma das maiores companhias de agronegócios do mundo, com faturamento de US$ 31 bilhões, contratou uma linha de financiamento de US$ 2,1 bilhões com um consórcio de 20 bancos, que está atrelado ao cumprimento de metas de sustentabilidade. Dentre as metas, a ação específica de destaque é garantir a rastreabilidade da soja comprada diretamente pela companhia no Brasil.
Segundo a própria companhia, trata-se do maior empréstimo já realizado por uma trading de commodities baseada em critérios de sustentabilidade. Os bancos ING, BBVA e Rabobank atuaram como coordenadores de sustentabilidade. O ABN AMRO atuou como coordenador e agente facilitador.
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Esse empréstimo vai refinanciar linhas de crédito existentes e que vencem no fim deste ano. O financiamento é composto de três tranches: uma linha de crédito rotativo de um ano, outra linha de crédito rotativo de três anos e um empréstimo de longo prazo de três anos.
Além de rastrear a origem da soja brasileira, outra meta da Cofco que está atrelada ao empréstimo é a melhoria de seu desempenho geral nas áreas ambiental, social e de governança corporativa, que é avaliado pela Sustainalytics, uma empresa que atribui ratings de sustentabilidade.
Se as metas forem atingidas, a Cofco investirá as margens que serão economizadas em mais melhorias nos padrões de fornecimento, saúde e segurança, ambiente e comunidade.
O anúncio da Cofco é o mais ambicioso relacionado a sustentabilidade já feito por uma trading agrícola. Desde o início do ano, as principais tradings de commodities agrícolas, reunidas no Soft Commodities Forum, têm se reunido para discutir a rastreabilidade da soja na América do Sul, sobretudo no Brasil, em meio a crescentes pressões de governos e organizações civis contra o desmatamento na região.
Em junho, o Soft Commodities Forum divulgou uma primeira avaliação sobre a aquisição de soja no Brasil em áreas recentemente desmatadas. A Cofco reportou que, da soja adquirida no Brasil em 2017, 29,5% veio do Cerrado e, do grão adquirido desse bioma, 16,7% foi originado de um grupo de 25 municípios considerados os mais críticos em desmatamento provocado pelo cultivo.
“Com nosso principal financiamento agora ligado ao desempenho sustentável, nós nos comprometemos completamente a direcionar sustentabilidade em nossas operações em cadeias de suprimento”, afirmou Johnny Chi, presidente do conselho da Cofco Internacional, em comunicado.
“Como uma empresa do agronegócio internacional que cresce rapidamente, atender a demanda crescente por alimentos de uma forma sustentável é chave para nossa proposta”, acrescentou.
Fonte: Valor
