A pandemia do novo coronavírus fez com que o fluxo comercial do Brasil com o resto do mundo diminuísse.
Com isso, as contas externas tiveram resultado positivo pelo segundo mês consecutivo em abril, com US$ 3,8 bilhões, maior valor desde o início da série histórica, em 1995, segundo dados divulgados neta terça-feira (26) pelo Banco Central.
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“Com a diminuição da atividade econômica, as exportações e as importações diminuíram, mas as importações recuaram mais que as exportações, o que explica a melhora no superávit [quando a entrada de recursos é maior que a saída]”, esclareceu o chefe do Departamento de Estatística do BC, Fernando Rocha.
A estimativa do BC é de superávit de US$3,1 bilhões nas transações correntes em maio.
A balança comercial registrou resultado positivo: as exportações superaram as importações em US$ 6,4 bilhões, saldo 25,6% maior que em abril do ano passado.
As exportações totalizaram US$18,4 bilhões em abril, recuo de 4,9% em relação a abril do ano passado. As importações, por sua vez, somaram US$ 11,9 bilhões, diminuição de 15,9%.
O fechamento do comércio e a paralisação de alguns setores por conta de medidas de restrições impostas para tentar conter a propagação do vírus, afetaram todas as contas que compõem as transações correntes (balança comercial, serviços, rendas primárias e secundárias e investimentos).
A crise fez com que empresas globais registrassem prejuízo em abril. Assim, o saldo de lucros e dividendos ficou 98,2% menor. O resultado foi negativo em apenas US$ 4 milhões, contra US$ 2,3 bilhões em abril de 2019.
“Empresas brasileiras com filiais no exterior pediram que elas devolvessem recursos, o mesmo ocorreu com empresas estrangeiras que têm instalações aqui”, avaliou o chefe do departamento de estatísticas do BC.
Em abril do ano passado, o saldo negativo se deu pelo motivo oposto, as empresas tiveram lucro e mandaram os ganhos para as filiais.
A saída de recursos pelas companhias estrangeiras com filial no Brasil foi maior que o recebimento de dinheiro de empresas brasileiras instaladas no exterior.
A conta de renda primária, que contabiliza as receitas e despesas de companhias brasileiras instaladas no exterior e estrangeiras no país, foi 59,7% menos deficitária, na comparação com abril de 2019.
Além disso, o déficit de serviços ficou 63,3% menor, puxado pela queda nas viagens internacionais.
Fonte: Folha SP