O petróleo deverá ter o primeiro ganho semanal em um mês na medida em que o corte na produção global começa a reativar o mercado físico e a demanda mostra prováveis sinais de recuperação. Os contratos futuros em Nova York subiram para perto de US$ 20 por barril nesta sexta-feira, uma alta de US$ 3 esta semana. No fim de abril, a cotação ficou abaixo de zero.
No início da tarde desta sexta-feira, o barril do tipo Brent, referência usada no mercado brasileiro, com entrega para julho valia US$ 27,05 em Londres, 2,23% mais que no fechamento de quinta-feira. Em Nova York, o barril WTI também estava em alta, acima dos US$ 20 por barril.
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As gigantes petroleiras dos Estados Unidos, onde o governo já avalia um plano de emergência para o setor, estão anunciando redução de produção, com Exxon Mobil e Chevron planejando paralisações seguindo o que já foi anunciado pela ConocoPhillips. A Organização dos Países Exportadores Associados e seus principais associados (Opep+) iniciou um corte inédito de 9,7 milhões de barris produzidos por dia também a partir desta sexta-feira.
O preço do óleo está reagindo às mudanças, com melhores cotações nos últimos dias. O petróleo está sendo ajudado ainda pelos sinais de que o fundo do poço em queda da demanda pela commodity em razão à crise do coronavírus se foi. Dados do governo americano apontam que, na semana passada, o consumo de gasolina nos Estados Unidos teve a maior alta em mais de um ano, enquanto o tráfego do horário do rush em algumas das maiores cidades chinesas retornou aos níveis pré-pandemia.
— Começamos o mês passado focados na derrubada da demanda e agora estamos começando este mês com foco na redução da oferta — disse Olivier Jakob, diretor da consultoria Petromatrix GmbH.
Ainda assim, a indústria de óleo e gás não está nem perto de sair desse cenário difícil. A Royal Dutch Shell previu na quinta-feira que suas refinarias não vão operar com mais de 70% de capacidade até o fim deste trimestre. A Turquia vai interromper a produção em 238 mil barris por dia devido ao tombo na demanda. E o armazenamento global está próximo do topo
A Royal Dutch Shell Plc previu na quinta-feira que suas refinarias não funcionarão com mais de 70% de sua capacidade no trimestre atual. A Turquia para uma unidade que produz 238.000 barris por dia como resultado da desaceleração da demanda. O armazenamento global também está próximo de encher e o Citigroup alertou que o pior ainda está por vir para o mercado de petróleo. E o Citigroup já alertou que o pior para o setor ainda está por vir.
Fonte: O Globo