Em quase 20 anos, o avanço da produção de soja fez as economias de Mato Grosso, Tocantins e Piauí cresceram acima da média nacional. Segundo as Contas Regionais de 2018, divulgadas nesta sexta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2002, quando começa a série histórica, a 2018, Mato Grosso foi o Estado com o maior crescimento econômico, com avanço médio de 5,1% ao ano. Em seguida, vêm Tocantins (4,9%), Roraima (4,2%) e Piauí (4,1%). O Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu em média 2,4% ao ano no período.
Mesmo assim, a economia brasileira continuou concentrada em São Paulo. O Estado respondeu por 31,6% do PIB nacional em 2018, uma queda de 0,6 ponto porcentual ante 2017. Em 2018, o PIB paulista cresceu 1,5% ante 2017, contra um avanço de 1,8% no total do País. O Rio, que cresceu apenas 1% em 2018, manteve o posto de segunda maior economia regional, com 10,8% do PIB nacional.
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O Estado que registrou o maior crescimento em 2018 foi o Amazonas, com avanço de 5,1% ante 2017. Os outros destaques foram Roraima (4,8%) e Mato Grosso (4,3%). Quinze unidades da federação tiveram taxas de crescimento superiores à do País em 2018.
Mesmo crescendo duas vezes acima da média nacional entre 2002 e 2018, Mato Grosso ganhou apenas 0,67 ponto de participação no PIB brasileiro nesse período. Com isso, o Estado da Região Centro-Oeste agora responde por 2,0% da economia nacional, passando da posição de 15ª maior PIB regional do País, em 2002, para a 13ª maior, em 2018.
Luiz Antonio de Sá, analista das Contas Regionais do IBGE, ressaltou que o ganho de participação de Mato Grosso não pode ser considerado irrelevante, dada a enorme concentração do PIB brasileiro. O crescimento de 0,67 ponto porcentual é igual ou superior à participação, em 2018, de Estados como Roraima (0,2% do PIB total), Amapá (0,2%), Piauí (0,7%), Tocantins (0,5%), Sergipe (0,6%), Acre (0,2%), Alagoas (0,8%) e Paraíba (0,9%).
O desempenho do PIB da agropecuária é o principal responsável por esse movimento em Mato Grosso. Segundo o IBGE, além da soja, o cultivo do algodão herbáceo e a criação de bovinos também são destaques entre as atividades econômicas.
Em 2018, Sergipe foi o único Estado a registrar queda no PIB, de 1,8%. A agropecuária também explica o movimento, segundo Sá, do IBGE, já que houve problemas com a produção sergipana de milho. Foi o quarto ano seguido de queda no PIB regional do Sergipe.
Os dados das Contas Regionais de 2018 revelaram ainda que o Distrito Federal se manteve como a Unidade da Federação de maior PIB per capita - que considera o tamanho da economia em relação à população -, com R$ 85.661,39. O valor é cerca de 2,5 vezes maior do que a média nacional, de R$ 33.593,82.
Segundo o IBGE, os Estados das Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste se mantiveram entre os dez maiores PIBs per capita do País. São Paulo (R$ 48.542,24) aparece na segunda posição e o Rio de Janeiro (R$ 44.222,66), na terceira. No Sul, Santa Catarina (R$ 42.149,30) aparece na quarta posição entre os maiores PIB per capita do Brasil, enquanto o Rio Grande do Sul (R$ 40.362,75) ficou na quinta colocação, em 2018.
O crescimento acima da média nacional desde 2002 fez o PIB per capita de Mato Grosso saltar da posição de 11º maior do País, em 2002, para sexto, em 2018, quando o valor ficou em R$ 39.931,13.
Fonte: Estadão