A safra do próximo ano terá redução de área no plantio de produtos básicos e aumento na dos produtos exportáveis.
Os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) desta terça-feira (11) apontam uma queda de área de 7% para arroz e de 3% para feijão na safra 2018/19.
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Já a área de soja, a maior dedicada a grãos no país, sobe para o recorde de 35,8 milhões de hectares, 2% mais do que a anterior.
A área do milho —que vem perdendo espaço na safra de verão e ganhando na de inverno— sobe para 16,7 milhões de hectares, um pouco acima da anterior.
A diminuição de área dos produtos básicos e o não crescimento da produtividade farão com que a produção do próximo ano fique abaixo da deste.
Com essa queda, os estoques de passagens de um ano para outro voltam a cair. O de arroz, o menor em cinco safras, será suficiente para apenas 14 dias de consumo.
Os estoques de feijão, devido à queda da safra para 3 milhões de toneladas, serão suficientes para 21 dias.
Esses estoques levam em consideração a produção, importação, exportação e consumo interno.
O milho, uma cultura que vem ganhando espaço nos anos recentes, terá uma produção de 91 milhões de toneladas em 2018/19. Se a estimativa da Conab se confirmar, a safra terá evolução de 13%.
A soja atinge novo recorde e somará 120 milhões de toneladas, 1% mais do que a produção de 2017/18.
A safra total de grãos de 2018/19 atingirá 238,4 milhões de toneladas, 5% mais do que a anterior. A produção não cresce mais porque as condições climáticas não serão muito favoráveis e vários produtos apresentarão queda de produtividade, segundo cálculos da Conab.
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também divulgou dados de grãos nesta terça-feira. Na avaliação do órgão americano, a produção mundial de soja sobe para 369,2 milhões de toneladas.
Estados Unidos, com 125,2 milhões, e Brasil, com 120,5 milhões, lideram a produção mundial. Já a China, com compras previstas de 90 milhões de toneladas, lidera as importações mundiais.
Café As exportações do tipo robusta somaram 234 mil sacas no mês passado, um volume 541% acima do de novembro de 2017, ano que o país viveu quebra de produção devido a problemas climáticos.
Recuperação O percentual de aumento é grande, mas o setor ainda não retornou aos patamares de vendas externas dos meses de novembro de 2014 e de 2015, quando as vendas atingiam 450 mil sacas.
Total As exportações de café arábica, robusta, torrado e moído atingiram o correspondente a 3,68 milhões de sacas no mês passado, 24% mais do que em 2017, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Cana A safra está prestes a terminar e as previsões do setor vão se confirmando. A moagem de cana atinge 544 milhões de toneladas, com queda de 5%.
Açúcar Foi uma safra de queda de 27% na produção de açúcar e de aumento médio de 19% na de etanol, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Hidratado O grande destaque foi a produção de álcool hidratado, que já atinge 20 bilhões de litros, 43% mais do que na safra anterior.
Fonte: Folha SP