Em seu segundo relatório sobre a safra 2019/20 de café, a Companhia Nacional de Abastecimento fez poucos ajustes nas estimativas de área de plantio. Entretanto, reduziu as projeções para a colheita de café conilon e divulgou que a produção de arábica ficará na ponta mais baixa da faixa definida em janeiro (ocasião do primeiro relatório).
A área para plantio de café em 2019/20 foi projetada em 2,16 milhões de hectares, semelhante à de 2018/19 e ao previsto em janeiro. Desse total, 319,72 mil hectares (14,8%) estão em formação e 1,84 milhão (85,2%) em produção.
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A área em produção do arábica é estimada em 1,47 milhão de hectares, com queda de 1,8% na comparação com 2018/19 e uma alta mínima de 1 mil ha ante janeiro. A área em produção para o conilon foi cortada em 4 mil hectares, para 373,22 mil hectares. Esse número representa um aumento de 1,6% frente à temporada passada.
Vale lembrar que o café é uma cultura com ciclo bianual e essa temporada é negativa, portanto, é normal que os produtores aproveitam para realizar tratos culturais nas lavouras e, consequentemente, diminuam a área em produção, diz o texto da Conab.
Pelo menos motivo, bienalidade negativa, a previsão é de uma queda na produtividade média do país, principalmente nas lavouras de arábica. Onde predomina o cultivo de conilon, a expectativa é de rendimento médio melhor, em razão de a espécie ter maior resistência aos efeitos da bienalidade. A média de produtividade para as duas culturas é de 27,63 sacas por hectare, 16,5% menos que no ciclo passado.
Com essa área e essa produtividade, o país deve colher 50,92 milhões de sacas de café, segundo a Conab. Esse volume é 17,4% inferior ao de 2018/19 e fica na ponta baixa da faixa apontada pela entidade em janeiro, que variava de 50,48 milhões a 54,48 milhões de sacas.
A produção do arábica - que nesta safra representará 72% do total cultivado no país - deverá atingir 36,98 milhões de sacas, ante faixa de 36,12 milhões a 38,16 milhões de sacas divulgadas no primeiro relatório. Isso significa uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior.
No caso do conilon, a estimativa da Conab no relatório de hoje é de 13,92 milhões de sacas, frente à estimativa de janeiro entre 14,36 milhões e 16,33 milhões de sacas. “Essa projeção se deve, sobretudo, à expectativa de redução na produção da Bahia e de Minas Gerais, que reduziram área”, justifica o texto. Esse volume, se confirmado, será 1,7% inferior ao colhido em 2018/19.
Fonte: Valor