SÃO PAULO - O conselheiro da Petrobras eleito pelos acionistas minoritários, Mauro Rodrigues da Cunha, divulgou nota hoje informando por que decidiu não lançar seu nome mais uma vez para eleição ao conselho da estatal. A decisão foi informada ontem por ele à Petrobras.
Cunha afirma que sua decisão deve-se à “frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras a sua atual situação”. Segundo a nota, isso se tornou “ainda mais evidente com as propostas à assembleia geral ordinária de 2015”.
Cunha foi o primeiro conselheiro efetivamente eleito por acionistas minoritários para a vaga de membros destinados aos acionistas de mercado. Antes de sua indicação, as duas vagas existentes eram ocupadas por participantes indicados pela própria União, a exemplo de Jorge Gerdau e Josué Christiano Gomes da Silva.
No segundo ano de Cunha, os minoritários também se organizaram para indicação de um segundo membro a que tinham direito — José Guimarães Monforte.
A pauta da assembleia geral ordinária de 2015 é a eleição do novo conselho de administração. A União controladora indicou Murilo Ferreira, presidente-executivo da companhia Vale, para assumir a presidência do conselho de administração da Petrobras.
Também foram indicados Ivan Monteiro, diretor financeiro da estatal, que assumiu recentemente o cargo, junto com Aldemir Bendine, que assumiu a presidência. Ambos vieram do Banco do Brasil.
A lista da União conta ainda com um novo nome, o advogado especializado em controles e em legislaçã o anticorrupção Luiz Navarro. Três dos sete nomes são para reeleição: Luciano Coutinho, presidente do BNDES, Francisco de Albuquerque, e Sérgio Quintella.
Procurado, Cunha não quis fazer novos comentários, além da nota. Limitou-se a informar que cumprirá com seus deveres como conselheiro até a assembleia, agendada para 29 de abril. Na ocasião, disse que, conforme o artigo 134 da Lei das Sociedades por Ações, estará à disposição dos acionistas para prestar contas de seu mandato.
A seguir, veja a íntegra da nota de Mauro Cunha:
“Aos acionistas da Petrobras
Tendo em vista minha frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras à sua atual situação — o que ficou ainda mais evidente com as propostas à Assembleia Geral Ordinária de 2015 — informo que não pretendo lançar meu nome como candidato para um novo mandato.
Agradeço a honra e a confiança em mim depositada nestes dois anos e faço votos de que a comunidade de acionistas e trabalhadores defendam a Petrobras dos abusos cometidos contra a Companhia.
Mauro Rodrigues da Cunha”
Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti
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