A fabricante britânica de motores de aeronaves Rolls-Royce planeja cortar até oito mil empregos devido ao colapso do tráfego aéreo, causado pela pandemia de coronavírus, disse uma fonte próxima à empresa à AFP neste domingo. O número representa cerca de 15% da mão de obra da companhia.
"O impacto do COVID-19 é sem precedentes. Tomamos medidas rápidas para aumentar nossa liquidez, reduzindo drasticamente nossas despesas (...) Mas temos que ir ainda mais longe", disse um porta-voz do grupo, afirmando que há negociações com sindicatos e uma decisão será anunciada este mês.
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Neste domingo, em videconferência, os presidente da Emirates e da da Etihad, duas das maiores companhias aéreas do Oriente Médio, alertaram que a demanda por viagens aéreas pode não voltar aos níveis pré-pandemia do coronavírus até 2023.
Na semana passada, o presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, disse aos funcionários que a maior fabricante de aviões dos EUA está reduzindo o tamanho de sua força de trabalho em cerca de 10% em meio a uma queda acentuada na demanda por viagens devido à pandemia do coronavírus.
O anúncio da Rolls-Royce se soma às três mil demissões planejadas pela companhia aérea irlandesa Ryanair, anunciadas na última sexta-feira, e às 12 mil previstas para a British Airways.
A Rolls-Royce já cancelou seu dividendo em abril e disse esperar um grande impacto da pandemia em seus resultados.
Desde 2018, a empresa reduziu sua força de trabalho em 4.600 pessoas, essencialmente em serviços administrativos. Desta vez, os cortes afetarão, prioritariamente, funcionários que trabalham nos motores da aviação civil.
Fonte: O Globo