SÃO PAULO - O financiamento às exportações de serviços de engenharia é praticado por todos os países e as condições no Brasil são até mais restritivas, afirmou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Em debate sobre “Agenda para dinamizar exportação de serviços no Brasil”, promovido pelo Valor, Coutinho afirmou que o Brasil não financia gastos locais, por exemplo, como fazem outros países, repetindo argumento apresentando anteriormente por Rodrigo Azeredo, diretor do Ministério de Relações Exteriores. “Nós temos foco apenas na exportação de bens e serviços produzidos no Brasil”, disse Coutinho.
No exterior, os sistemas de apoio aos exportadores combinam financiamentos e garantias, sendo que as agências garantidoras têm, por vezes, papel até mais preponderante que o apoio por meio de financiamento. “Agências de garantias em países desenvolvidos são muito poderosas. Sistema de garantia é tão eficaz que permite mobilizar financiamento privado, mas via de regra isso não seria possível sem institucionalidade de politica de Estado”, disse.
Coutinho lembrou os casos dos Estados Unidos e da Coreia, com amplo sistema de garantias, além da Espanha. “É notável o fato de que alguns países europeus intensificaram suas politicas, enfrentando período de crise utilizando exportação de serviços como alavanca anticíclica”, como fez a Espanha, lembrou o presidente do BNDES.
Segundo Coutinho, as taxas de juros praticadas pelo banco estão em linha com a média da OCDE, “porque se nossas taxas fossem muito altas estaríamos fora da competição”, disse. Ainda assim, como há outras restrições, como ao financiamento de gasto local, as condições oferecidas pelo Brasil são mais restritivas do que as de outros países.
Fonte: Valor Econômico/Tainara Machado e Flavia Lima
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