Presidente estima que BNDES irá conceder R$ 146 bi em crédito no ano, patamar que deve ser mantido em 2011
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defendeu ontem o aumento da base de capital do banco. Ele disse que tem mantido conversas com o Tesouro sobre isso.
"Se depender do presidente [ele próprio], ele gostaria de ter uma base de capital mais forte para preparar o banco para 2011", disse.
O aumento da base de capital é uma operação diferente das injeções de recursos que vêm sendo feitas pelo Tesouro para aumentar o total disponível para empréstimo.
O patrimônio de referência do banco hoje é da ordem de R$ 60 bilhões. As normas de prudência bancária recomendam que o limite máximo de empréstimo para um mesmo tomador seja de 25% do patrimônio de referência.
No caso do trem-bala, por exemplo, o banco teve garantias do Tesouro para viabilizar empréstimo de até R$ 20 bilhões ao consórcio que vai tocar o projeto, pois seu "limite" seria de R$ 15 bilhões.
Segundo Coutinho, em operações dessa magnitude outros países trabalham com fundo garantidor, mas no Brasil essa discussão ainda deve demorar a ser concluída. Qualquer projeto precisa ser avaliado pelo Congresso.
O banco deve aprovar ainda neste ano o financiamento para a hidrelétrica de Belo Monte. O valor estimado do financiamento será de cerca de R$ 19 bilhões.
Nesse caso, o BNDES emprestará diretamente ao consórcio cerca de R$ 14 bilhões. A parcela restante será viabilizada por meio de outros bancos.
De janeiro a outubro, o banco emprestou R$ 116,1 bilhões, crescimento de 9% em comparação com igual período do ano passado.
Excluindo o empréstimo especial para a Petrobras, de R$ 25 bilhões no ano passado, a alta chega a 43%.
Os dados do banco mostram que nos últimos 12 meses o BNDES registra um total de aprovações de novos financiamentos de R$ 178,9 bilhões.
O banco tem em carteira uma série de projetos de grande porte -além do trem-bala, as usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.
Coutinho estima que o banco emprestará R$ 146 bilhões no ano e que, em 2011, o valor também deverá ser dessa ordem.
Ele afirma que o valor final dependerá do sucesso das medidas que o governo pretende anunciar na segunda quinzena de novembro para estimular a participação do setor privado nos empréstimos de longo prazo.
Fonte: Folha de S.Paulo/JANAINA LAGE/DO RIO
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