O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira que o Progeren, linha de crédito para capital de giro do banco que teve taxas reduzidas em 15 de junho, somou desembolsos de R$ 500 milhões no mês passado.
Desde que o custo financeiro foi reduzido, a carteira total da modalidade de financiamento, que inclui operações em análise e já autorizadas, somou R$ 1,7 bilhão em 1,4 milhão de operações.
Os números foram divulgados por Coutinho como exemplo de que já há alguma retomada da atividade doméstica.
"A sensação é que a economia vai de fato se recuperar no segundo semestre e temos os primeiros sinais aparecendo, mas vamos acompanhar com cautela", disse em evento da BM&F Bovespa.
O presidente do BNDES citou ainda o aumento nos desembolsos do Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) em junho, e a alta no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado, dos pedidos de financiamento que obtiveram enquadramentos.
Dos projetos enquadrados, segundo Coutinho, entre 80% e 90% se concretizam em contratos de desembolso.
As medidas já tomadas, como redução dos juros em outros programas, como o PSI, e a queda da TJLP irão surtir efeito, disse.
Para ele, é natural que os empresários tenham comportamento pró-cíclico e, em momentos de incerteza, fiquem mais retraídos, mas o Brasil tem condições de sustentação do crescimento, com fronteiras de investimentos a serem exploradas.
"Estamos trabalhando na atração do setor privado, com novas áreas de concessão e condições mais atraentes para investimentos."
Coutinho afirmou ainda que com a queda da taxa básica de juros (Selic), empresários mais arrojados que aceitarem ter operações mais alavancadas poderão desfrutar de taxas de retorno sobre capital próprio maiores do que hoje.
Para ele, apesar da expectativa de retomada, a crise econômica na Europa continuará a ser um fator de moderação para o crescimento do mundo e também do Brasil.
Ele destacou ainda que as medidas anunciadas após o mais recente encontro dos líderes europeus, em direção à integração bancária, por exemplo, afastam um desastre, mas não tira da Europa o status de fonte de incerteza para o crescimento mundial.
Fonte: Folha
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