BRASÍLIA – Aumentou para US$ 4,5 bilhões a diferença entre o que o Brasil exportou neste ano para a Argentina e o que importou do país vizinho. O saldo comercial acumulado de janeiro a setembro equivale a 185% do saldo de US$ 2,5 bilhões em favor do Brasil registrado no mesmo período do ano passado. Entre os principais parceiros comerciais do Brasil, a Argentina é o que conseguiu o menor aumento de suas vendas ao país, 18% de janeiro a setembro, comparado ao mesmo período de 2010.
O aumento no saldo incomoda o governo argentino e alimenta pressões protecionistas no país vizinho. A retenção de embarques de produtos alimentícios nas alfândegas argentinas levou o governo brasileiro, no dia 10, a determinar exigência de licença prévia de importação para entrada no Brasil de chocolates e biscoitos do país vizinho. “A medida foi motivada do nosso lado por monitoramento e análise interna a respeito do movimento de mercadorias nesse setor”, desconversou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.
Citando o grande superávit no comércio com os argentinos, que pode chegar ao fim do ano a US$ 6 bilhões, a secretária negou que o Brasil esteja sendo prejudicado pelas barreiras à importação no país vizinho. “Constatamos problemas pontuais e estamos trabalhando diariamente por empresas em dificuldades”, disse ela. “Mas o comércio entre os dois países cresce, e cresce de maneira importante.”
(Sergio Leo | Valor Econômico)
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