O ano de 2020 enterrou todas esperanças e otimismo do setor de petróleo e gás não convencional nos EUA. O setor de xisto americano entrará em 2021 produzindo 7,44 milhões de barris por dia, uma queda de quase 20% em relação ao início de 2020, segundo a Reuters.
Os cortes de custos que vieram com o colapso da demanda por combustíveis e nos preços do petróleo, por causa da pandemia de covid-19, encerraram uma era que colocou os EUA no topo do ranking dos maiores produtores do mundo.
Análise da Reuters mostra que as ações das empresas americanas de petróleo, gás e atividades de perfuração estão em alta, mas um ano desastroso para o setor de energia significa que os dias agitados do boom do xisto se foram para sempre.
Os produtores de xisto foram duramente atingidos depois de contrair empréstimos para ampliar a produção e cortaram os investimentos e a produção para reduzir as perdas. Soma-se a isso a demanda crescente por combustíveis mais limpos, o que significa que o consumo global de petróleo e gás poderá nunca mais retornar o pico anterior.
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Com a retomada do crescimento, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados pretendem aumentar sua produção, solapando os esforços de reinício de operação de alguns campos de xisto.
As grandes produtoras independentes de xisto Pioneer Natural Resources, Diamondback Energy e ConocoPhillips preveem uma produção de estagnada a ligeiramente maior que os níveis atuais.
Na área produtora de xisto do Novo México, mais de 20 mil empregos em campos de exploração desapareceram, segundo Allen David, uma autoridade do condado de Eddy.
Algumas empresas menores estão mantendo a produção estável, fechando poços não explorados. Estima-se que o número desses poços perfurados mas não inacabados tenha caído para 7.330 em novembro, uma queda de 7% nos últimos 12 meses para o menor patamar em dois anos, segundo dados do governo dos EUA.
Fonte: Valor