DE SÃO PAULO = A retração econômica mundial e a perda de renda em diversos países prejudicaram as exportações de frutas do Brasil no ano passado.
Apesar de o país ter elevado o volume vendido no exterior, as receitas caíram. O volume exportado subiu para 693 mil toneladas, 1,7% mais do que em 2011. Já as receitas caíram para US$ 619 milhões, um recuo de 2,2%.
Para Cloves Ribeiro Neto, gerente-técnico do Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas), há uma recuperação lenta da economia dos países importadores de frutas frescas.
A persistência da crise econômica em importantes países consumidores de frutas fará com que as exportações deste ano fiquem em patamares semelhantes aos de 2012.
Apesar do cenário desfavorável, a demanda por alguns produtos continuou. O Ibraf destaca as vendas externas de melão, limão e manga. O primeiro foi o de maior volume: 182 mil toneladas. Já a manga trouxe mais receitas, somando US$ 137 milhões.
O Ceará, um dos principais produtores de melão, foi líder no volume exportado, somando 147 mil toneladas. A Bahia, grande produtora de manga, liderou as exportações em receitas, obtendo US$ 130 milhões. Holanda, Reino Unido e Espanha foram os principais destinos das frutas frescas brasileiras.
Além de exportar menos, o Brasil também importou menos. O volume recuou 7%, mas os gastos subiram 0,5%. A pera foi o destaque. O país comprou 217 mil toneladas, no valor de US$ 224 milhões.
A balança comercial brasileira de frutas é superavitária, mas o setor quer incrementar ainda mais as receitas agregando valor aos produtos da cadeia frutícola.
Os próximos eventos esportivos mundiais que ocorrerão no país são uma boa chance para o país mostrar a diversidade e a qualidade das frutas, segundo Ribeiro Neto.
A atividade frutífera brasileira ocupa uma área de 2,2 milhões de hectares, com produção de 43,6 milhões de toneladas. Laranja, banana, abacaxi e melancia estão entre os destaques. O valor da produção somou R$ 22,3 bilhões em 2011, segundo acompanhamento do Ibraf.
PUBLICIDADE