A Companhia Sideúrgica Nacional (CSN) poderia se transformar em Companhia de "Mineração" Nacional?
Quem olhar para o balanço do primeiro trimestre de 2011 pode julgar que a tradicional usina de Volta Redonda (RJ), um dos pilares da industrialização brasileira, se transformou mais numa empresa de mineração do que produtora de aço.
Pela primeira vez, as operações de mineração da CSN tiveram uma geração de caixa, medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), superior ao desempenho da área siderúrgica. O Ebitda foi de R$ 1,5 bilhão.
A geração de caixa dos negócios de mineração somou R$ 792 milhões (49% do total), acima dos R$ 693 milhões da área siderúrgica (43%) entre janeiro e março deste ano. O Ebitda da mineração cresceu quase 200% no primeiro trimestre deste ano frente a igual trimestre do ano passado.
O lucro bruto do segmento de mineração foi de R$ 774 milhões, diante dos R$ 670 milhões da área de aço.
"A equipe de mineração está de parabéns", salientou o diretor financeiro da CSN, Paulo Penido, durante a apresentação dos números aos investidores e analistas, na manhã desta quarta-feira.
O resultado da CSN em minério fortalece o debate no momento em que se discute a participação da mineradora Vale, maior produtora de minério de ferro, em projetos ligados à área siderúrgica. A hesitação da Vale diante da pressão do governo federal em investir na produção de aço foi apontada por analistas como um dos fatores para a queda de Roger Agnelli do comando da mineradora.
O faturamento da CSN continua sendo prepoderantemente ligado à produção de aço, responsável por quase 60% da receita de R$ 3,7 bilhões. Mesmo com a queda nas margens dos negócios com aço, a CSN se diz satisfeita com o desempenho da área siderúrgica. "A margem é confortável", disse Penido.
A indústria de aço brasileira vem penando diante da forte entrada de produtos siderúrgicos importados. Além disso, produtores de aço estão sofrendo com a alta nos custos do minério de ferro.
A CSN, por exemplo, compra minério de ferro a preço de custo da Namisa, sua sócia, além de obter minério da própria mina Casa de Pedra, com alto teor de ferro. A empresa deve produzir 28 milhões de toneladas neste ano de minério de ferro, além das suas necessidades de menos de 6 milhões de toneladas de capacidade de produção de aço.
A empresa está ampliando seus investimentos siderúrgicos, da mina e do porto. Os investimentos da empresa para este ano são da ordem de R$ 5 bilhões.
Fonte:Economia - iG/André Vieira, iG São Paulo
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