A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou ontem (9) a contração de uma operação de Crédito Especial Empresa - Grandes Corporações, por meio da emissão de Cédula de Crédito Bancário no valor de R$ 2,2 bilhões. A operação será feita com a Caixa Econômica Federal e tem prazo final de amortização é de 108 meses.
Com isso, a CSN deverá passar a figurar entre os maiores devedores da Caixa Econômica Federal. Em uma única operação, a siderúrgica passa a deter, segundo balanço do primeiro trimestre de 2011, cerca de 1,2% da carteira de crédito da instituição federal. Enquanto a CSN obteve R$ 2,2 bilhões, o maior devedor da Caixa, que é a Petrobras, tinha R$ 5,71 bilhões a pagar em março, o último dado disponível (o que representava 2,9% da carteira do banco).
Segundo a assessoria de imprensa da Caixa, a operação anunciada hoje com a CSN não foge da estratégia do banco e é considerada "normal" pela instituição. "A Caixa considera que o empréstimo foi uma operação normal e que faz parte do portfólio do banco".
Os números da Caixa chamam a atenção quando comparados com os de outros bancos. Enquanto no banco federal o maior devedor era responsável por 2,96% de toda a carteira de crédito em março, o maior devedor do Itaú, por exemplo, responde por apenas 0,7% das operações. Na teoria econômica, a concentração de grandes empréstimos a poucos devedores representa maior risco à instituição financeira.
Na Caixa, os dez maiores devedores somam 9,83% de todos os empréstimos. O valor é próximo do observado no Banco do Brasil, onde a proporção é de 8,7%, segundo balanço do segundo trimestre divulgado hoje. No Itaú, a participação dos dez maiores devedores ficou em 5,1% no segundo trimestre.
Não é a primeira vez que a Caixa anuncia grandes empréstimos a grandes empresas em momentos de turbulência financeira internacional. No fim de 2008, em meio ao então pior momento da crise, o banco estatal concedeu financiamento de cerca de R$ 2 bilhões para a Petrobras. Na época, com o fechamento das linhas de crédito tradicionais no exterior, a petrolífera teve de buscar ajuda emergencial na Caixa para fechar o caixa. No caso da Petrobras, o dinheiro obtido com o banco federal foi destinado a operações corriqueiras, como pagamento de impostos e tributos.
Fonte: AE / Fernando Nakagawa
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