O mapeamento de prováveis negócios para MPEs a partir da refinaria e siderúrgica deve custar R$ 400 mil
Rio Além de iniciar o mapeamento das oportunidades que a Copa do Mundo de 2014 poderá trazer às micros e pequenas empresas de Fortaleza, subsede do campeonato, assim como de todo o Estado, o Sebrae já conclui o desenho de um outro estudo a ser realizado no Ceará. O órgão irá analisar as portas que podem ser abertas a empreendedores de menor porte com a instalação da refinaria e da siderúrgica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). A expectativa é de que, até julho, os trabalhos sejam começados.
A importância da realização do mapeamento foi reforçada pelo presidente nacional do órgão, Luiz Barreto, durante coletiva de imprensa, no Rio de Janeiro, na qual discutia o programa Desafio Sebrae. De acordo com ele, o envolvimento de empresas de micros e pequeno portes em grandes projetos estruturantes, como fornecedoras de insumos e serviços, já é uma realidade, por exemplo, no Complexo de Suape, em Pernambuco, onde já se instala uma refinaria, entre outros projetos de alto investimento, como estaleiro e petroquímica. O Pecém, que está iniciando o processo de instalação destas indústrias, deve ter mapeadas as oportunidades que irão surgir.
Cadeias produtivas
Segundo o superintendente estadual do Sebrae, Carlos Cruz, este trabalho já está sendo esquematizado. "Nós temos o desenho desse mapeamento das cadeias produtivas. Estamos conversando, agora, com alguns possíveis parceiros pra que possam fazer uma equação financeira e a gente seguir em frente. Estamos em fase final da formatação dos negócios. Como a ideia já existe, na hora de fechar os pontos, é só cair em campo", informa. De acordo com ele, será preciso investir cerca de R$ 400 mil neste mapeamento. "Mas não será difícil conseguir estes recursos", garante. Com perspectiva de ser iniciado em julho, o estudo deverá durar entre seis e oito meses para ser concluído. Cruz acredita que haverá tempo suficiente para conseguir incluir as micros e pequenas empresas cearenses nestes investimentos. "Tá em tempo. Estes empreendimentos são projetos para três, quatro, cinco anos", reforça.
"Nós iremos mapear todos os negócios possíveis da cadeia produtiva da siderúrgica e da refinaria e, ao fim desse trabalho, com todas aquelas possibilidades de negócios, nós vamos elaborar o plano de negócios e oferecer esses negócios a possíveis investidores, para que a gente possa tirar o maior proveito da cadeia de fornecedores desses investimentos. Por exemplo, se a refinaria vai precisar de parafuso, e no Ceará não tem parafuso, então nós vamos fazer um plano de negócios pra uma fábrica de parafusos e aí buscar investidores onde quer que eles estejam", explica.
NEGÓCIOS FUTUROS
Turismo e Complexo do Pecém na mira
Rio Projeções do mercado apontam que a Copa do Mundo de 2014 poderá gerar uma movimentação de negócios de aproximadamente R$ 150 bilhões, volume do qual cerca de R$ 30 bilhões poderá ser abocanhado pelas micros e pequenas empresas associadas às 12 cidades-sede do evento, entre as quais se inclui Fortaleza. Esta é a expectativa do Sebrae, que anunciou a existência de 448 oportunidades de negócios com o evento nos setores de construção civil, tecnologia da informação, turismo e produção associada ao turismo (que envolve gastronomia, artesanato, entre outras). As possibilidades se expandem para além dos limites das 12 capitais e, para o Ceará, o cenário mais promissor aponta para o turismo. "No Ceará, o turismo é evidente, é forte. Acho que toda a produção associada do turismo, incluindo hotel, artesanato. Isso significa potencializar uma indústria que já é forte no Estado", afirma o presidente nacional do Sebrae, Luiz Barreto. Além disso, ele inclui como possível grande beneficiado com o evento o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). "A Copa pode significar um delta em relação ao Pecém, porque a dinâmica, a economia vai crescer nesse período.
Antena
A visão sobre o Brasil, o conhecimento da região aumenta. Muitos empresários vão vir assistir a Copa. Terá uma antena sobre o Brasil, é intangível o ganho de imagem. Mas não basta só ter imagem, tem que produzir essa imagem, fazer significar efetivamente recursos", analisa.
O presidente divulgou, no Rio, o mapeamento encomendado pelo órgão à Fundação Getúlio Vargas (FVG). O estudo, entretanto, ainda não traz dados específicos de cada uma das capitais selecionadas para sediar os jogos da Copa. Segundo Barreto, esta será uma fase posterior, a ser encampada a partir de agora pelas superintendências estaduais do órgão. Até 2013, o órgão investirá R$ 79,3 milhões, aplicando os recursos programas de consultoria, inovação e acesso aos mercados.
As possibilidades apresentadas pelo Sebrae são existentes não somente durante o campeonato de 2014, mas também nas fases anterior e posterior ao evento. "Os pequenos negócios podem aproveitar desde já", indica o presidente do Sebrae, apesar de admitir que o período de maiores oportunidades se concentrará entre os anos de 2013 e 2014. Entretanto, para que as empresas possam se inserir nisso, é preciso cumprir pré-requisitos do mercado, também apontados no mapeamento.
ENTRE EMPRESAS
Desafio 2011, que simula a concorrência, abre inscrição
Com a expectativa de alcançar a marca de um milhão de participantes, o Desafio Sebrae 2011 irá iniciar as suas inscrições no próximo dia 6, estendendo-se até 11 de maio.
A competição, que envolve hoje nove países da América do Sul, simula a concorrência entre empresas em um mercado virtual, e é voltada para estudantes do ensino superior. Na edição de 2010, o Ceará participou com 5.203 participantes, colocando-se em terceira posição no Nordeste em número de estudantes (perdendo para Bahia e Paraíba, respectivamente) e em décima posição nacional. Ao todo, 158 mil estudantes brasileiros, das mais diversas áreas, como administração, direito, engenharia e pedagogia, envolveram-se no jogo.
Estímulo
Segundo o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, a competição é um estímulo ao espírito empreendedor, e desempenha um papel importante dentro de uma realidade onde as micros e pequenas empresas garantem uma participação cada vez maior na economia. As equipes de estudantes a competir, que devem ter entre três e cinco participantes, pagam uma taxa de R$ 50 na inscrição. Como prêmios, são entregues Ipads, bolsas de estudo e uma viagem internacional.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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