Economista e ex-ministro da Fazenda, Paulo Roberto Haddad, fez palestra em Fortaleza, na Feira do Empreendedor. Como consultor da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), apresentou impactos socioeconômicos do empreendimento para o Estado
O Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Ceará vai crescer 51%, em função da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), prevista para iniciar as operações em 2014.
O impacto estimado foi apresentado pelo ex-ministro da Fazenda e do Planejamento (1992-1993), Paulo Roberto Haddad. Ele palestrou, ontem, na Feira do Empreendedor, que segue até sábado, 7, no Centro de Convenções Edson Queiroz.
O resultado deste impulso industrial impactará na economia local. São estimadas, por exemplo, um total de 11.874 vagas de trabalho, quando a CSP estiver em pleno funcionamento, conforme mostrou durante o evento.
“Um grande projeto de investimento tem vários impactos positivos. Em primeiro lugar, traz capital humano, pessoas com o nível de escolaridade que é o dobro da média da região. Tem também um nível salarial que, às vezes, é cinco vezes maior que o nível salarial da região. Estimula a formação de recursos humanos para aumentar a empregabilidade”, afirmou, em entrevista, após a palestra.
As compras totais anuais na região devem chegar a quase R$ 110 milhões, com uma massa salarial estimada em cerca de R$ 250 mil por ano. Tudo, com a siderúrgica em pleno funcionamento.
Os números são de um levantamento da Phorum Consultoria e Pesquisas em Economia, empresa da qual Haddad é presidente. A Phorum foi contratada pela CSP para realizar estudos sobre os impactos socioeconômicos do projeto siderúrgico.
Enclave econômico
As perspectiva apontadas por Haddad podem promover o desenvolvimento, mas, é necessário atenção das instituições locais. Os cuidados são para que não ocorra o crescimento do PIB, sem reflexo social positivo, o chamado enclave econômicos. O ex-ministro alertou, mas afirmou que o risco disto ocorrer no Ceará é pequeno, porque está havendo empenho institucional para aproveitar o excedente econômico.
A CSP estima produzir, inicialmente, 3 milhões de toneladas (t) de aço por ano, a partir de 2014. A sul-coreana Posco, entrou, recentemente no projeto, obtendo 20% do consórcio. Com isso, a segunda fase do projeto, que previa a produção de 6 milhões de t de aço por ano, está sendo revisto. A Vale (50%) e também sul-coreana Dongkuk (30%) fecham a composição societária.
Fonte: O Povo (CE)/Fonte: Andreh Jonathas
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