Projeto inovador prevê também o uso de água de chuva e a captação de somente um terço da necessidade da planta no rio da região
As modernas tecnologias que estão sendo projetadas para a Companhia Siderúrgica Ubu (CSU) permitirão equacionar um dos principais pontos de atenção do empreendimento - a utilização de recursos hídricos. A engenharia do projeto foi remodelada para que dois terços da água necessária para o funcionamento da CSU sejam retirados do mar.
Do total de 5.800 m3/hora que serão captados para a usina, 4.000 m3/hora serão de água do mar. Com isso, a quantidade de água doce que deverá ser utilizada na planta será de menos de um terço, ou seja, 1.800 m3/hora serão captados nos rios da região. Além disso, o projeto prevê a recirculação de 97,5%, de toda a água doce captada e o armazenamento de água de chuva. "Nossa preocupação é e sempre será o de causar o menor impacto possível ao meio ambiente", explica Marcos Chiorboli, coordenador executivo da CSU.
Para se ter uma idéia da redução de impacto das novas tecnologias e do projeto de engenharia, a captação de água doce para o empreendimento não ultrapassará 10% da vazão mínima registrada em sete dias consecutivos, de uma média de dez em dez anos no rio Beneventes. Se comparada com a vazão média do rio, esta captação será de aproximadamente 3%. Além disso, o bombeamento de água doce para a CSU será feita em um trecho do Rio posterior aos pontos de captação utilizados para atender às demandas locais. Portanto, não interferirá nas atividades da Companhia Espirito Santense de Saneamento, nem será perceptível para as comunidades da região.
Estudos realizados pela CSU apontam que o Rio Beneventes tem capacidade para atender às demandas locais de consumo humano, agropecuário e industrial, além da CSU, sem riscos para o desabastecimento. Pelo projeto, também não haverá qualquer interferência nas lagoas da região - nem na captação e nem em lançamentos de efluentes -, bem como não haverá impacto sobre o mangue.
Todos os efluentes serão tratados e lançados ao mar através de emissários submarinos, a uma distância que não atingirá as praias, nem causará alteração na qualidade da água e nem prejuízos para a fauna marinha e a atividade pesqueira.
O reduzido volume de consumo de água na CSU é resultado também de novas tecnologias que serão implantadas no sistema de limpeza. A CSU será a primeira siderúrgica no Brasil a contar com um sistema de limpeza de gas de alto-forno e aciaria a seco.
Desenvolvimento sustentável no sul do ES
A CSU terá capacidade anual de 5 milhões de toneladas de placas de aço e será instalada em Anchieta, região Sul do Espírito Santo. O Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impactos ao Meio Ambiente (EIA-RIMA) está sendo avaliado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) do Estado. Entregue em dezembro do ano passado, o material foi elaborado por uma equipe multidisciplinar, composta por mais de 50 especialistas. A expectativa é de que a usina esteja pronta para operar em 2014.
Com a entrada em operação da CSU, estima-se que deverão ser criados cerca de 18 mil empregos, sendo 6 mil diretos na operação da usina (3 mil próprios e 3 mil terceiros) e 12 mil indiretos. Será priorizada a contratação de mão de obra local, tanto para operação, quanto para a fase de construção, com ações previstas para a capacitação dos trabalhadores da região, em parcerias com os governos Estadual e Municipal, empresas e instituições profissionalizantes.
A entrada em operação da siderúrgica resultará na implantação de um eficiente sistema logístico, com a criação de um porto de águas profundas, e capacidade de embarque semelhante à da produção da CSU, e uma ferrovia, a Litorânea-Sul, que atravessará onze municípios do Estado, de Cariacica à Cachoeiro do Itapemirim.
Desenvolvimento da siderurgia
Faz parte da estratégia de longo prazo da Vale na siderurgia promover o desenvolvimento do setor no Brasil, agregando valor ao minério e gerando riqueza e desenvolvimento para o País. Além da CSU, a Vale está diretamente envolvida na viabilização de três grandes projetos siderúrgicos: ThyssenKrupp CSA - início das operações previsto para meados de 2010, em Santa Cruz (Rio de Janeiro), e produção de 5 milhões de toneladas métricas de placas de aço; ALPA (Aços Laminados do Pará) - empreendimento em Marabá, no Pará, com capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de aço e início das operações previsto para 2013; CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém) - em parceria com a coreana Dongkuk, a usina terá capacidade de produção anual em sua primeira fase de 3 milhões de toneladas de placas de aço, com início de operação previsto para 2013. (fonte: ES Hoje)
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