A Cummins, uma das maiores fabricantes independentes de motores do mundo, elevou sua estimativa para a produção na fábrica de Guarulhos (SP) neste ano, diante da melhora expressiva do mercado ao longo do primeiro semestre. Até junho, a companhia produziu mais de 44,2 mil motores no país, acima dos 42 mil fabricados nos seis primeiros meses de 2008, ano considerado o melhor da história para a indústria automobilística. O bom desempenho até o momento levou a companhia a ampliar sua projeção para 2010, de 82 mil para 95 mil unidades produzidas no Brasil, o equivalente a expansão de 58% ante o verificado no ano passado e de pelo menos 10% frente às 86 mil peças de 2008.
Nesse contexto, o faturamento da multinacional deve acompanhar a melhora da produção e poderá voltar aos níveis do ano histórico, quando atingiu US 1,3 bilhão, considerando-se vendas no mercado latino-americano com exceção do México. Em 2009, o negócio de motores respondeu por 56% das receitas na América Latina, seguido de distribuição (20%), geração de energia (17%) e componentes (7%).
De acordo com o diretor-geral da unidade de negócios de motores da Cummins América Latina, Luis Afonso Pasquotto, a fábrica de Guarulhos, a única da multinacional no país, está preparada para atender encomendas crescentes pelos próximos dois anos, de forma que não há necessidade de investimentos em ampliação neste momento - investir em produtividade, ressalta, é item recorrente no orçamento anual. "O que pode frear esse processo (de crescimento) é a capacidade dos fornecedores. É com isso que estamos mais preocupados", acrescenta. Embora não tenha previsão de direcionar recursos para uma nova expansão (entre 2007 e 2008 foi executada a mais recente rodada de investimentos), a Cummins pretende inaugurar em 2011 uma fábrica de catalisadores, junto às atuais instalações de Guarulhos.
A recuperação dos negócios, conta o executivo, levou a Cummins a retomar o terceiro turno neste ano e a contratar funcionários. Em 2009, diante da crise econômica que provocou mudanças profundas na indústria automobilística, a companhia dispensou 190 trabalhadores no país, e encerrou o ano com 1.252 empregados. Hoje, esse número está em 1.440. "Mais que compensamos o número de funcionários que tivemos de cortar", ressalta o gerente executivo de marketing e clientes da Cummins Brasil, Luis Chain Faraj.
Além da melhora no negócio de motores, que foi puxada pelos segmentos de caminhões, construção e agrícola, as vendas da área de geradores de energia têm mostrado melhora e a unidade deve ganhar mais espaço no faturamento da Cummins na região. "Os projetos de infraestrutura que estão sendo executados e os esperados por conta da Copa e da Olimpíada também demandam energia", frisa Pasquotto. Na avaliação do executivo, é possível que a área de motores passe a representar, mais adiante, entre 45% e 50% do faturamento da companhia, enquanto geração de energia poderá alcançar 25%.
Os negócios de reposição também sinalizam resultados crescentes. Hoje, a Cummins conta com 800 mil motores já produzidos e que podem gerar demanda de reposição, explica Faraj. Em 2009, as vendas da área totalizaram US$ 40 milhões, ante US$ 52 milhões um ano antes.
No ano passado, a Cummins registrou faturamento global de US$ 10,8 bilhões, ante US$ 14,3 bilhões em 2008. Do total, 52% foi gerado fora dos Estados Unidos. A Cummins Brasil respondeu por 9,6% das receitas, ante 9,4% no ano anterior.
Fonte: Valor Econômico/ Stella Fontes, de São Paulo
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