De São Paulo - Os dados de importação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram aumento muito expressivo da compra de bens de consumo duráveis do exterior pelo Estado do Amazonas em 2010 e um aumento na participação desses bens no total importado pelo Estado. A fatia dos bens duráveis passou de 22%, nos primeiros sete meses de 2008 e 2009, para 31% no mesmo período deste ano. Nas mesmas bases de comparação, pelos critérios de classificação do Mdic, encolheu o peso das matérias-primas e bens intermediários.
Segundo dados do Mdic, as importações do Estado do Amazonas alcançaram US$ 5,98 bilhões de janeiro a julho de 2010. Desse total, segundo a classificação por categoria de uso divulgada pelo ministério, as matérias-primas e bens intermediários alcançaram US$ 2,2 bilhões. Esse valor é bastante inferior ao total informado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) como gasto na aquisição de insumos do exterior, que somou US$ 4,7 bilhões até junho (último dado disponível).
Um olhar mais detido para os principais itens importados pelo Estado do Amazonas e classificados por categoria de uso, segundo os critérios do Mdic, mostra um aumento muito expressivo da compra de bens de consumo. De acordo com o Mdic, a compra desses bens somou US$ 1,88 bilhão nos primeiros sete meses deste ano. Esse valor corresponde a 11,5% do total de bens de consumo desembarcados no mesmo período no país.
O principal item de bens de consumo importados pelo Amazonas foi o de máquinas e aparelhos de uso doméstico. De janeiro a julho de 2008 (ano de forte crescimento), foram comprados US$ 692,59 milhões desses bens no exterior. Nos primeiros sete meses deste ano, essas compras subiram para US$ 1,34 bilhão - quase o dobro da importação de 2008. Mais do que isso, esse valor significa 63,6% das importações desse item em todo o país, no acumulado dos primeiros sete meses do ano. Ou seja, quase dois terços dos itens classificados como "máquinas e aparelhos de uso doméstico" ingressaram no país pelo Amazonas.
Segundo o Mdic, porém, a rubrica inclui não somente os produtos acabados, mas também peças e componentes de máquinas e aparelhos de uso doméstico. Seriam, portanto, peças e componentes importados por indústrias do Amazonas para produzir os bens finais. "Nesse caso, seria um item mais adequado para ser classificado entre matérias-primas e bens intermediários", acredita José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Dentro da classificação do Mdic das importações do Amazonas por categoria de uso, no entanto, existe o item "partes e peças para bens de consumo duráveis", o segundo item mais importante dentro da lista de desembarques de bens de consumo pelo Amazonas.
De janeiro a julho de 2008, foram importados US$ 165,7 milhões em partes e peças para bens de consumo duráveis. No acumulado até julho deste ano, esses desembarques aumentaram e atingiram US$ 205,2 milhões, numa elevação de 23,8%. "Esses dois exemplos mostram que talvez a importação de matérias-primas e produtos intermediários esteja maior do que indicam as classificações por categoria de uso", acredita Castro. Ou talvez a classificação de insumos divulgada pela Suframa inclua bens de consumo prontos.
(Fonte: Valor Econômico/MW)
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