Resultado reflete fim dos incentivos ao crescimento dados em 2009
O desembolso do BNDES para a indústria brasileira caiu para menos da metade do que o banco liberou em 2010, refletindo a retirada, em abril deste ano, dos incentivos ao crescimento feitos no auge da crise de 2009.
De janeiro a outubro, o desembolso para a indústria somou R$ 32 bilhões, ante os R$ 70 bilhões há um ano.
Ao todo, o banco liberou R$ 104,2 bilhões nos primeiros dez meses do ano -queda de 26% sobre igual período de 2010 (R$ 140,2 bilhões).
O setor de infraestrutura foi o único que manteve alta, crescendo de R$ 41,4 bilhões entre janeiro e outubro de 2010 para R$ 42,6 no mesmo período deste ano.
O setor de comércio e serviços caiu de R$ 21,4 bilhões para R$ 20,6 bilhões, e a agropecuária, de R$ 8,2 bilhões para R$ 7,9 bilhões.
De acordo com o chefe de departamento de orçamento do banco, Gabriel Visconti, a queda já era esperada por conta do fim dos incentivos e pela base de comparação elevada, inflada principalmente pela operação de capitalização da Petrobras, que recebeu R$ 24,5 bilhões.
Mesmo assim, o BNDES continua projetando fechar o ano com desembolso total de R$ 140 bilhões, uma queda de 17% em relação aos R$ 168,4 bilhões de 2010.
"Os últimos meses do ano sempre têm um ritmo mais intenso, vamos fechar em dezembro com um número bem significativo", disse.
O destaque, segundo Visconti, serão as operações com as micro, pequenas e médias empresas, que registraram até outubro o valor recorde de R$ 40,6 bilhões, ou cerca de 40% dos desembolsos do período.
Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA/DO RIO
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