O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, prevê para este ano uma retomada dos investimentos no país.
Ele destacou que o equilíbrio macroeconômico se dá "quando ocorre a retomada do investimento na frente do consumo".
Lúcio disse que o crescimento de 7,7% do consumo no ano passado deverá ter continuidade este ano.
O aumento do consumo foi apontado nos dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), divulgados hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O Brasil foi recolocado como um mercado de consumo de massa. A tendência é que neste ano tenhamos um crescimento econômico de 5% e a geração de 2 milhões de empregos com carteira assinada. Com o incremento do emprego deve aumentar o consumo", afirmou o economista.
Para ele, os dados do PIB são positivos e refletem um crescimento econômico continuado, que foi interrompido em 2008, com a crise financeira mundial.
"O Brasil diminuiu sua atividade econômica, mas foi menor do que aconteceu em outros países", disse ele, referindo-se à queda de 0,2% do PIB brasileiro, menor que a de grandes economias, como a dos Estados Unidos, do Japão, da Grã-Bretanha e da Itália.
De acordo com o economista, o aumento do salário mínimo foi um dos fatores que contribuíram para a elevação do consumo. "Os assalariados passaram a ter um incremento real do ganhos, que repercutiu também nos benefícios dos aposentados e nas transferências sociais."
Lúcio destacou que o crescimento nas regiões Norte e Nordeste é maior que no Sul e no Sudeste, em função de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
"Os trabalhadores, mais pobres, a base da pirâmide salarial, passaram a consumir. Eles antes estavam excluídos", ressaltou. (fonte: Brasil Econômico)
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