O grupo português Efacec, que fornece equipamentos, engenharia e serviços para o setores de energia e transportes, cresce a taxas chinesas no Brasil. Suas vendas aumentaram em nada menos do que 30% no mercado brasileiro em 2012, quando seu faturamento ficou próximo de R$ 200 milhões. Para 2013, a previsão do grupo é faturar entre R$ 210 e R$ 220 milhões no país.
"Temo mais a concorrência do que a Medida Provisória 579", afirma Artur Fuchs, presidente da Efacec no Brasil e na América Latina, referindo-se à nova lei que regulamentou a renovação - ou extinção - das concessões de energia elétrica (hidrelétricas, linhas de transmissão e distribuição).
Convertida na Lei 12.783 em janeiro, a MP 579 causou controvérsia no setor ao promover uma acentuada redução nas tarifas das concessionárias, acima da esperada pelo mercado.
Na avaliação do executivo, a nova lei poderá afetar os investimentos no setor de energia no futuro, mas não será algo de curto prazo. "Ainda existem muitos projetos no Brasil. São tantos que só conseguimos fazer proposta para um terço deles", diz Fuchs.
A Efacec faz parte do time de multinacionais europeias, em especial da Península Ibérica, que desembarcou país nos anos 90, atraído pela estabilização econômica. Novatas na época, essas empresas vieram disputar o mercado brasileiro com grandes fabricantes de equipamentos já estabelecidos no país, como a Siemens, ABB e a brasileira WEG.
Passados 18 anos, a multinacional portuguesa, como as demais empresas do velho continente, enfrenta agora a dura concorrência dos países emergentes, principalmente da China. A gigante chinesa State Grid expande-se a passos largos no Brasil e é provável que traga na bagagem suas subsidiárias, como a fabricante de equipamentos Shandong Power Equipment.
Segundo Fuchs, as margens de lucro no mercado brasileiro já deixam a desejar. "Precisamos ser mais seletivos e não olhar apenas para o crescimento. Não dá mais pegar um projeto só pelo volume", diz o executivo.
Entre os contratos conquistados pela Efacec no Brasil está o projeto do monotrilho do Metrô de São Paulo, que ligará o bairro do Morumbi ao aeroporto de Congonhas, na capital. A multinacional portuguesa foi subcontratada pelo consórcio CMI, liderado pela construtora Andrade Gutierrez, para implantar os sistemas de gestão de tráfego, fluxo de passageiros, informação ao público, telecomando de energia e comunicações operacionais do monotrilho.
A Efacec também fornecerá três subestações e duas linhas de transmissão para a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), de Porto Alegre (RS). Os projetos fazem parte dos investimentos para reforçar a infraestrutura energética do país para a Copa do Mundo.
Fonte: Valor / Claudia Facchini
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