Depois da Petrobras, Votorantim, Gerdau, Odebrecht e Camargo Correa se estabelecerem na Colômbia, o grupo do empresário Eike Batista está prestes a se tornar possivelmente o maior investidor privado brasileiro no país. O total de investimento previsto para um período de dez anos é de US$ 1,9 bilhão.
A MPX, braço do grupo EBX que atua na área de energia, está negociando com dois bancos estatais colombianos e com ao menos quatro privados um financiamento para a primeira fase do projeto de exploração de carvão mineral, disse ao Valor o diretor financeiro da empresa Rudolph Ihms. A construção de um porto exclusivo para o escoamento da produção também está incluída nesta fase inicial.
Os bancos com os quais a empresa tem mantido conversações são com o Bancoldex, banco público colombiano com recursos de longo prazo para desenvolvimento de projetos na Colômbia, segundo Ihms. "Estamos conversando também com o Santander, com o Citibank, com o BBVA, com o Credit Agricole e com o Banco de Bogotá", acrescenta.
O investimento previsto na primeira fase do projeto é de US$ 366 milhões. A empresa espera começar produzir já em 2012 no complexo de três minas a céu aberto no Estado de Guajira, extremo norte da Colômbia. Em até dez anos, as três minas podem estar produzindo 7 milhões de tonelada de carvão por ano. A segunda fase do projeto envolve a exploração da grande mina subterrânea de San Juan, que sozinha poderá produzirá 8 milhões de toneladas por ano, avalia a MPX. O carvão que sairá da Colômbia servirá de combustível para as térmicas que o grupo de Eike está construindo no Brasil (Pecem 1 e 2 e Itaqui) e no Chile.
A empresa informa que na área em que atuará já foi identificada uma reserva potencial de 1,7 bilhão de tonelada de carvão.
A Colômbia é o quinto maior exportador de carvão do mundo e possui reservas medidas de 6,8 bilhões de toneladas. Os Estados de Guajira e Cesar concentram mais da metade da produção nacional, que no ano passado foi de 72,8 milhões de toneladas. O consórcio Cerrejón (Anglo American, BHP Billiton e Xstrata) e a empresa Drummond são os maiores produtores do país. O primeiro atua desde os anos 70; a segunda há cerca de uma década. "A MPX é o único investimento estrangeiro grande hoje e o único novo investimento programado no setor de carvão", diz Ersilia Monrroy, diretora do Departamento de Minas, do Ministério de Minas e Energia.
Fonte: Valor Econômico/l:/Marcos de Moura e Souza, de Bogotá
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