De São Paulo - Ao mesmo tempo em que indústrias e produtores discordam sobre a remuneração para os preços da laranja, os sinais vindos do mercado externo também não são os mais otimistas. Para 2010, a consultoria Lafis projeta uma queda de 7,2% no volume exportado na comparação com o ano passado. Dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) indicam que em 2009 o embarques foram de 1,3 milhão de toneladas.
Segundo a consultoria, o principal motivo para a queda das vendas é a demanda fraca na Europa. Os problemas econômicos no principal destino do produto brasileiro tendem a fazer com que o consumidor procure uma bebida mais barata. "Nos últimos anos houve uma alta muito forte nos preços, e os consumidores começaram a substituir o suco de laranja por outros produtos, mudando seu hábito de consumo", afirma Júlia Perez, analista setorial da Lafis.
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Para Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR, a crise na Europa ainda não prejudicou as vendas. "A crise fez o europeu sair menos de casa, e o consumo de suco se dá prioritariamente em casa", diz Lohbauer, ao lembrar que a Europa representa 70% das vendas.
No que se refere aos preços, os baixos níveis de 2008 e 2009 e os problemas sanitários na Flórida devem sustentar o mercado em 2010. A expectativa é que o preço médio em Nova York avance 70% em comparação com 2009.
Na sexta-feira, as cotações do suco na bolsa americana terminaram a US$ 1,419 por libra-peso (US$ 3.153 por tonelada), alta de 185 pontos (1,3%) nos contratos com vencimento em novembro.
"O preço de 2010 não deve inibir o consumo. Por isso, acredito que mesmo com uma queda no volume, a receita com as exportações deve crescer", afirma Maurício Mendes, presidente da AgraFNP e diretor do Grupo de Consultores em Citros (GCONCI). "Os preços são firmes, mas o que ainda preocupa é a questão sanitária", afirma.
O relatório da Lafis prevê uma expansão de 2,4% nas vendas externas em volume em 2011, sustentadas na lenta recuperação europeia. A substituição do suco de laranja, no entanto, tende a gerar uma queda de 1,8% nas exportações em 2012. Para as cotações, a previsão da Lafis, é que o preço médio da bolsa recue mais de 20% e fique ao redor de US$ 2.701 por tonelada em 2011, subindo para US$ 2.842 em 2012. (Alexandre Inacio)
Fonte: Valor Econômico/
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