Mesmo com a crise, a Vale vendeu um volume recorde de minério de ferro para a China: 140 milhões de toneladas -53% a mais do que em 2009 (91,4 milhões de toneladas). A companhia exportou 61% de sua produção para o país, que já registra um consumo de minério superior ao período pré-crise.
Tal cenário impediu um desempenho ainda pior em 2009, quando o lucro da empresa caiu 52% (para R$ 10,2 bilhões) e a extração de minério de ferro recuou 22%.
De acordo com o diretor-executivo de ferrosos da Vale, José Carlos Martins, o mercado está "muito forte" e, neste ano, a produção não será suficiente para atender toda a demanda.
No Japão, diz, a produção siderúrgica "já retomou os níveis anteriores à crise" e, na Europa, "se recupera", ainda que mais lentamente.
Com isso, analistas estimam que a Vale venderá menos para a China neste ano para atender também aos mercados que reagiram tardiamente à crise.
Segundo Pedro Galdi, analista da SLW, a Vale será a única grande mineradora capaz de atender ao crescimento do mercado. Isso porque, diz, manteve investimentos durante a crise, diferentemente das concorrentes, que venderam ativos e reduziram capacidade de produção.
No ano passado, a mineradora investiu US$ 12,7 bilhões, valor recorde e 23% acima dos US$ 10,3 bilhões de 2008. Ainda assim, a Vale só aumentará a capacidade de produção em 10 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano em Carajás.
Diante disso, Martins prevê um cenário bastante estreito entre oferta e demanda, muito diferente do vivido após setembro de 2008, quando a empresa cortou 20% da produção de minério e 80% da de pelotas.
O executivo estimou uma produção anual de 300 milhões de toneladas de minério de ferro, volume superior ao de 2009 (229 milhões de toneladas). "Muita gente vai querer minério, mas não teremos como atender a todos", disse Martins.DA SUCURSAL DO RIO/PS)
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