Representantes de empresas discutiram assunto com refinaria
Os Epcistas (grandes empresas) que têm contratos com a Refinaria Abreu e Lima têm o peso dos tributos como uma das maiores dificuldades para comprar na indústria nacional. Ontem, durante reunião no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), os principais envolvidos na implantação da unidade de refino no Porto de Suape discutiram sobre as formas de incentivo ao conteúdo nacional. “Hoje, a carga tributária é muito maior do que nos anos 1970 e 1980. Mas temos que estudar em conjunto e ver a vantagem que é comprar nacionalmente”, frisou Walter Lapietra, membro do Conselho de Óleo e Gás da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
De acordo com Lapietra, comprar no catálogo de grupos brasileiros significa ter uma facilidade logística, com custos muito menores. Ele destaca a necessidade de um amplo diálogo a respeito desses benefícios. “Fez cotação aqui (Brasil), cotação lá (estrangeiro). Se lá fora for mais barato, a indústria brasileira gostaria de saber (o valor) para ver preço, prazo e qualidade”, explicou o presidente da Refinaria, Marcelino Guedes, defendendo a troca de informações entre os epcistas e os fornecedores locais. Há cerca de um mês, representantes da Abimaq e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abimee) visitaram a refinaria e colocaram os entraves que têm para firmar contratos. Daí surgiu a ideia da reunião para debater o tema.
No decorrer do evento, foram lembrados casos como o de uma fábrica de válvulas que teria fechados as portas porque não estava tendo lucro com a demanda pelo produto. Posteriormente, a Petrobras estimulou a reativação da unidade garantindo que a procura existe, de fato. O Governo Federal apoia o crescimento nessa área com um financiamento de aproximadamente R$ 10 bilhões para a Refinaria investir em compras no Brasil. “Se você crescer sem desenvolver os seus fornecedores, vai ter que importar”, concluiu o engenheiro do Departamento de Gás, Petróleo e Cadeia Produtiva do BNDES, Rogério Boeira. Em 15 dias será feita uma nova reunião para destrinchar o assunto.
Fonte:Folha de Pernambuco/PAULO MARINHO
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