Depois de ter trabalhado nove anos na Usiminas, além de outros dois na concorrente CSN e quase um na Embraer, sempre na área financeira e de relações com investidores, o executivo Paulo Penido está de volta à siderúrgica mineira, sediada em Belo Horizonte. Nome de confiança do grupo japonês liderado pela Nippon Steel e do Clube dos Empregados da Usiminas (CEU), Penido deverá ser eleito presidente do conselho da companhia até 2014, após a assembleia de acionistas marcada para o próximo dia 25.
A indicação do executivo a chairman tem o apoio do grupo Techint / Ternium, que entrou no bloco de controle da Usiminas em janeiro. Como o grupo ítalo-argentino indicou o presidente, além de dois vice-presidente, o acerto era que os japoneses indicariam o presidente do conselho.
Penido, que desligou ontem do cargo na Embraer, ao sair da Usiminas em abril de 2009 exercia o cargo de vice-presidente de finanças, relações com investidores e tecnologia da informação. Entrou na empresa em 200. Deixou a empresa logo após a chegada de Marco Antonio Castello Branco. Segundo ex-colegas, por "divergências de convicções" com o novo CEO, que também deixou a empresa em 2010.
O executivo tem bom trânsito na Ternium. Quando representou a Usiminas no conselho da Sidor, ex-controlada venezuelana da Ternium, Julián Eguren, atual CEO da Usiminas, ocupava o cargo de presidente. Penido participou com Eguren da criação da Ternium, da qual Usiminas ficou com 14,2% na época.
Penido é descrito como um profissional que tem profundo conhecimento dos negócios siderúrgicos. Sua chegada se alinharia, portanto, com o novo perfil da Usiminas, controlada hoje por acionistas do setor. Antes da entrada da Ternium, tinha como sócios os grupos Votorantim e Camargo Corrêa.
O atual presidente do conselho da Usiminas é Israel Vainboim, que veio do setor financeiro, indicado pela Nippon. Faz parte da tradição da empresa que um dos sócios indique o presidente - caso de Julian Eguren, ex-executivo da Ternium - e o outro (o grupo japonês liderado por Nippon, o chairman.
Fonte:Valor Econômico/Por Ivo Ribeiro e Marcos de Moura e Souza | De São Paulo e Belo Horizonte
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