SÃO PAULO - A crise que hoje abate o setor siderúrgico brasileiro já era anunciada há algum tempo, comentou André Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau. Para ele, o grande excesso de capacidade siderúrgica chinesa, que ajuda a deprimir os preços internacionais e acirrar a competição interna, “veio para ficar” e vai permanecer por mais cinco a dez anos.
“Dentro do Instituto Aço Brasil, já estamos vendo há algum tempo que o setor está em crise por fatores vindo de fora, começando com a China”, declarou Gerdau, durante painel no 27º Congresso Brasileiro do Aço. “No curto prazo, o que podemos fazer é buscar a exportação. Não haverá retomada doméstica no curto prazo.”
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Segundo o executivo, a empresa já começou a agilizar seus processos e modernizar as estruturas para conseguir sobreviver nesse cenário. Ao mesmo tempo, continua a revisão da Gerdau sobre em quais negócios quer continuar operando, de acordo com o retorno que eles garantirem, acrescentou.
“Sem exportações, os números são dramáticos, de demissões e unidades fechadas”, afirmou Gerdau. “No médio e longo prazo, precisamos de competitividade estrutural, mexer nos juros, nas leis trabalhistas e nos impostos.”
Fonte: Valor Economico/Renato Rostás