Esta semana e a próxima serão de decisões fundamentais para o futuro da Usiminas. A nova acionista Ternium, fabricante de aço do grupo ítalo-argentino Techint, negocia com os sócios japoneses, liderados pela Nippon Steel, o novo comando executivo da siderúrgica mineira e o modelo de gestão. Quem deverá presidir a empresa é um executivo argentino indicado pela Ternium, apurou o Valor com fontes do setor.
O novo presidente da Usiminas, bem como o presidente do conselho, segundo, serão definidos e anunciados no dia 16, mesma data do fechamento financeiro da operação de venda de 27,7% do capital ordinário da siderúrgica. O grupo Techint, por meio de empresas controladas, desembolsará R$ 5 bilhões por ações que eram de Votorantim e Camargo Corrêa, o bloco V/C, e do Clube dos Empregados, o CEU.
Em dezembro, após firmar a intenção de compra, um time de mais de 30 pessoas da Ternium realizaram em Belo Horizonte o trabalho de auditoria (due diligence) dos ativos da Usiminas.
A Ternium, que tem operações na Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos, negocia com os japoneses ter pelo menos dois executivos no alto comando da Usiminas - além do novo CEO, na cadeira ocupada por Wilson Brumer desde abril de 2010, uma outra diretoria seria a vice-presidência financeira/administrativa ou de planejamento estratégico.
O nome apontado como o mais cotado entre os argentinos para a linha de frente na nova controlada brasileira é o de Julián Eguren, atualmente diretor-geral das operações da América do Norte da Ternium e presidente-executivo da Ternium México - que incorporou as antigas siderúrgicas Hylsamex e Imsa - desde 2008. Com 48 anos, Eguren é formado em administração de empresas, com pós-graduação na renomada escola americana MIT.
O executivo trabalha desde 1987 na organização Techint, onde ocupou vários cargos. Antes da Ternium México, foi presidente da Sidor, por quatro anos, siderúrgica venezuelana que era controlada pela Ternium e foi reestatizada pelo presidente Hugo Chaves em 2008. Na Sidor, entrou como diretor comercial em 2000. Também passou pelas fabricantes de tubos Tavsa, na Venezuela, Tamsa, do México, e Siderca, na Argentina - todas pertencentes ao grupo ítalo-argentino.
Ricardo Juan Pedro Soler, 60 anos, também é mencionado como outro executivo a integrar o alto comando da Usiminas. Também administrador de empresas, Soler tem a vantagem de ter passado sete anos no Brasil, de 1999 a 2006, como vice-presidente executivo e do conselho da Confab, empresa de tubos da Techint no país. Com mestrado em administração na Stanford, EUA, Soler ocupa o cargo de diretor-financeiro da Tenaris, companhia de tubos da Techint, desde outubro de 2007. Começou a trabalhar no grupo em 1973.
Outros nomes de destaque do grupo argentino são Martin Berardi, que ocupa a vice-presidência da Siderar, braço da Ternium na Argentina; Paolo Basseti, diretor-geral da Ternium Brasil e Pablo Brizzio, atual diretor administrativo e financeiro da Ternium.
Segundo as fontes, a Nippon Steel "vai dar um voto de confiança aos argentinos" para comandar a Usiminas. Já têm uma parceria tranquila no México. Dessa forma, caberia aos japoneses a presidência do conselho de administração, atualmente sob comando de Israel Vainboin, e três ou quatro outras diretorias. Entre elas, pleiteia a financeira para um executivo brasileiro de sua confiança.
Com capacidade de produção de 6,8 milhões de toneladas de aço bruto ao ano (planos e longos) e de laminação de quase 10 milhões de toneladas, a Ternium obteve receita líquida de US$ 7,4 bilhões em 2010. A Usiminas tem capacidade de produzir 9,5 milhões de toneladas por ano.
Fonte:Valor Econômico
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