São Paulo - O Brasil destinará 50% de sua produção de petróleo ao mercado externo. Esta é a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para daqui a nove anos. A projeção faz parte do Plano Decenal de Energia (PDE) para o período de 2011 a 2020. De acordo com a empresa, esse movimento rumo ao mercado internacional será necessária pelo ritmo de produção de petróleo esperada para o final desta década, que deverá triplicar. Dos atuais 2,1 milhões de barris diários, o Brasil fará a extração de 6,1 milhões ao dia. Apesar de atribuir esse crescimento à megarreserva do pré-sal, o País alcançará esse volume em função da participação da Petrobras e de outras empresas que possuem uma parcela nesses reservatórios em águas ultraprofundas.
Diante dessa expectativa de volume produzido, a EPE estima que os investimentos nessa área até o final da década alcancem R$ 510 bilhões para as atividades de exploração e produção no Brasil.
Em relação ao gás natural, a projeção aponta a ampliação da oferta nacional. A expectativa é de que o volume ofertado ao mercado esteja na casa de 142 milhões de metros cúbicos aos dia. Se esta previsão se confirmar, será um aumento de cerca de 150% ante a produção de 58 milhões de metros cúbicos ao dia, estimados para este ano. Esta oferta interna, acrescida das importações - 30 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano e 21 milhões de gás natural liquefeito (GNL) -, irá ampliar a oferta total de cerca de 109 milhões de metros cúbicos ao dia (m³/d) em 2011 para 193 milhões de m³/d em 2020.
Consumo
Pelo comportamento do mercado nacional, deverá existir demanda interna para todo este gás. Apesar da queda da demanda das termoelétricas, o consumo desse insumo no Brasil apresentou forte crescimento em abril de 2011 frente a igual mês de 2010, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
No período em questão, as vendas das concessionárias cresceram 8,2%, passaram de um volume de 40,151 milhões de metros cúbicos ao dia para 43,453 milhões de metros cúbicos ao dia. Excluindo as usinas de geração térmica, a expansão do consumo dos demais segmentos foi de 11,8%.
Segundo os dados da Abegás, o destaque ficou para o expressivo crescimento de 13,3% do consumo industrial no período analisado: passou de 25,624 milhões de metros cúbicos diários para um volume de 29,036 milhões de metros cúbicos.
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Fonte: DCI/Maurício Godoi/AE