A segunda edição do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, uma realização da TRIBUNA DO NORTE, Fiern, Fecomércio/RN e RG Salamanca Investimentos, com patrocínio do Banco do Brasil, Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), terá como tema o “Setor Exportador: Agronegócio e Pesca”. O evento será realizado no próximo dia 22, no auditório Albano Franco, na Casa da Indústria, a partir das 8h, e discutirá, além da realidade atual da pauta de exportações do Estado, as perspectivas para o futuro.
Alex FernandesOs alunos do curso de Comércio Exterior do IFRN passam por cursos periódicos de atualização na área relações comerciais com o mercado externo. Uma das instituições parceiras do instituto é o SebraeOs alunos do curso de Comércio Exterior do IFRN passam por cursos periódicos de atualização na área relações comerciais com o mercado externo. Uma das instituições parceiras do instituto é o Sebrae
A atividade exportadora assumiu tamanha relevância para o Estado que pelo menos duas renomadas instituições de ensino superior criaram cursos de graduação voltados para a formação de profissionais em Comércio Exterior e relações internacionais. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Universidade Potiguar (UnP) oferecem os cursos e o balanço é positivo: o número de inscritos está sempre dentro das expectativas e o mercado tem absorvido bem esses profissionais.
O perfil de quem procura fazer o curso de Comércio Exterior costuma ser de jovens empreendedores natos que buscam conhecimento técnico para desenvolver seu próprio negócio ou tem boas ideias para alavancar empresas já estabelecidas no mercado, segundo relata a coordenadora do curso de Comércio Exterior do IFRN, Elisângela Meireles. “São alunos que precisam estar voltados para questões do mundo, atentos a tudo que acontece à volta dele e capaz de interpretar tudo o que ocorre”, diz.
Um dos requisitos fundamentais para o sucesso no curso e no mercado de trabalho é que o aluno esteja sempre atualizado com as novidades dos mercados local e mundial, leia jornais e revistas da área e tenha conhecimento em outro, ou outros, idiomas – embora o curso ofereça disciplinas regulares de inglês e espanhol.
Adriana de Souza tem 23 anos e é aluna do curso do IFRN. Ela conta que teve dificuldades na escolha do curso mas, dois anos depois de ter iniciado está feliz com a proposta. “Sempre fui muito interessada em questões econômicas e o fato dos meus pais terem uma microempresa no interior do Estado me fizeram escolher essa área”, disse.
Depois que se formar, ela pretende ajudar na organização empresarial e contábil do negócio dos pais e começar a pesquisar as possibilidades de exportação, países que receberiam os produtos e investimentos necessários para garantir a produção. A microempresa fabrica acessórios de moda-praia no município de Currais Novos. “Nossa meta é começar a exportar em pequenas quantidades e de acordo com o resultado ir aumentando o volume”, diz Adriana de Souza.
Mercado
Os especialistas na área de comércio exterior acreditam que a tendência é que o mercado de trabalho para os egressos das instituições de ensino se expanda a cada ano.
As oportunidades produtivas e profissionais a serem prospectadas e desenvolvidas no mercado brasileiro são inúmeras já que o comércio não se restringir somente a produtos materiais, ele se expande pelas áreas da informação, do conhecimento, da tecnologia e da cultura – essas temáticas inclusive estão na pauta de discussões dos organismos internacionais que deliberam sobre as questões multilaterais de comércio.
Para a coordenadora do curso do IFRN, há mercado para todos os formados. “Hoje temos alunos nossos em todos os postos, nas esferas pública e privada. E isso ocorre porque a nossa proposta não se limita a prepará-los apenas para trabalhar em empresas, mas também na seara pública, porque o comércio exterior constitui um amplo setor a ser explorado”, afirma Elisângela Meireles.
Empresas têm estrutura para absorver profissionais
Uma das preocupações de boa parte dos estudantes que ingressam em um curso de Comércio Exterior é com relação não só ao mercado de trabalho mas à estruturação do empresariado local para receber esses profissionais capacitados.
Para a coordenadora do curso de Comércio Exterior do IFRN, Elisângela Meireles a classe empresarial local já tem percebido a importância desses profissionais. “Costumo dizer que o Brasil exporta há cinco séculos, mas a cultura exportadora brasileira veio se desenvolver dos anos 90 para cá. Então, como cultura exportador nós somos ainda muito jovens. Mas de uns anos para cá a visão do empresariado sobre o tema está se profissionalizando – até em um ritmo acelerado e de maneira satisfatória”, acredita.
Uma dos maiores empecilhos ainda é a falta de informação de alguns. Há quem pense que o comércio exterior seria uma solução para quando o mercado local está desaquecido – o que não é verdade. Quem quer iniciar a atividade exportadora precisa cumprir uma série de requisitos que vão desde a organização empresarial e contábil, até o cumprimentos de normas internacionais de acordo com o produto que será exportado. “Não basta ter um bom produto, você tem de ter um produto que se adeque aos interesses do mercado lá fora e também às diretrizes legais de cada país. Um bom produto no Brasil pode não ser aceito em um país árabe ou asiático, por exemplo”, diz Elisângela Meireles, lembrando que é fundamental conhecimento prévio antes de começar qualquer negócio no setor de exportação.
A profissionalização do mercado é uma forte tendência e o empresário local vem atentando para essas necessidades de mudança. O próprio Governo Federal vem implementando uma política brasileira de comércio exterior, que vem trazendo investimentos altos no setor. Estão sendo oferecidas diversas ferramentas e programas, inclusive gratuitos, nos quais o micro e pequeno empresários acessando a Internet conseguem entender e receber orientações sobre a cultura, a logística e das operações de exportações.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal
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