Os números de 2011 são melhores que os de 2010, tanto para a agropecuária, quanto para a indústria de transformação. Nos primeiros dez meses do ano, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 16,7 bilhões, registrando acréscimo de US$ 3,7 bilhões em relação ao ano passado. Enquanto a agricultura cresceu com velocidade surpreendente, respondendo à demanda internacional, a indústria de transformação apresentou crescimento mais estável, de acordo com a avaliação do economista Bruno Caldas, do Núcleo de Produtos Estatísticos da FEE. "Não foi a indústria de transformação que perdeu espaço, mas a agricultura que está mais dinâmica", compara, explicando que a participação da soja foi responsável por boa parte das exportações deste segundo setor.
O crescimento das vendas para o exterior de grãos de soja foi de US$ 118,1 milhões em relação a outubro do ano passado. Se em outubro de 2010 a agricultura respondia por 5,9% das exportações, no mesmo período deste ano o setor obteve 12,6% de participação, faturando mais de US$ 216 milhões no mês. Já a indústria de transformação diminuiu sua participação de 92,9% em outubro do ano passado para 86,3% no mesmo período deste ano, movimentando US$ 1,4 bilhão em outubro, impulsionada pelos setores de alimentos e bebidas, químicos, máquinas e equipamentos e veículos automotores.
O economista do Núcleo de Produtos Estatísticos da FEE avalia que os números registrados são positivos. "Também é bom destacar as novas exportações do setor de automóveis, para a Argentina, e o crescimento das exportações por destino, com destaques para a Tailândia e a Venezuela."
No que diz respeito aos principais destinos das exportações do Estado, Caldas aponta no acumulado do ano o crescimento de US$ 854 milhões nas vendas para a China (38%), de US$ 309, 3 milhões para a Argentina (23,3%), de US$ 249,4 milhões para a França (186,9%), de US$ 175,8 milhões para a Venezuela (87,9%), de US$ 141,2 para Taiwan (210,8%) e de US$ 138,6 milhões para o Uruguai (52,1%).
Enquanto a soja foi campeã de exportações no período de janeiro a outubro de 2011, o fumo e a carne tiveram quedas nas vendas para o exterior, o primeiro em decorrência da safra que sofreu baixa no ano passado, e que não se recuperou durante 2011. "O crescimento da produção de fumo foi praticamente zero, em relação ao ano passado", ressalta Caldas. Já o declínio das exportações de carne, principalmente de suínos congelados, foi resultado do embargo russo dos últimos meses. Outros destaques negativos no desempenho das exportações foram do setor de refino de petróleo, que apresentou redução de US$ 125 milhões, e do de calçados, com redução de US$ 90,6 milhões.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Adriana Lampert
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