As exportações do agronegócio brasileiro continuaram aquecidas e renderam US$ 15,7 bilhões em junho, 31,2% mais que no mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura. Segundo a Pasta, foi um novo recorde, mais uma vez influenciado pelos elevados preços das commodities em geral no mercado internacional.
Em comunicado, o ministério realçou que, embora tenha recuado 4,7% entre os meses de maio e junho, o índice de preços de alimentos do Banco Mundial subiu 22,8% em junho ante o mesmo mês de 2021, e que mais ou menos o mesmo movimento foi observado no índice de preços de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação. “Ou seja, apesar de um aparente arrefecimento na inflação de alimentos, captada por ambos os índices, os preços internacionais permanecem em patamares bastante elevados”.
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No caso das exportações brasileiras do agro, os preços subiram, em média, 28,5% na comparação interanual — muito mais do que o volume médio embarcado (2,1%) —, o que garantiu o resultado divulgado. Como as importações cresceram 19,8% nessa mesma comparação, para US$ 1,5 bilhão, o superávit setorial registrou alta de 32,6% e atingiu US$ 14,2 bilhões no mês passado. Nas importações, o destaque foi o aumento de 187% das compras de fertilizantes, para US$ 3,3 bilhões, derivada de incrementos de 17,5% dos volumes e 144,4% do preço médio.
Soja e derivados
Os embarques de soja e derivados (farelo e óleo) permaneceram na liderança da pauta exportadora. Os embarques registraram aumento de 31,9% em junho, para US$ 8,1 bilhões. “Diante de uma safra menor em 2022, as exportações de soja em grão recuaram de 11,1 milhões de toneladas, em junho de 2021, para 10,1 milhões (-9,2%). O incremento de 34,4% do preço da oleaginosa, porém, possibilitou uma expansão de 22,1% no valor exportado do grão, que chegou ao recorde de US$ 6,32 bilhões para meses de junho”, informou o ministério. A China foi o destino de 64,5% das exportações da matéria-prima, mesmo com uma queda de 8,2% nas compras em relação a junho do ano passado.
Carnes
Já os embarques brasileiros de carnes (bovina, de frango e suína) somaram US$ 2,4 bilhões em junho, 32% mais que um ano antes. Os embarques de carne bovina cresceram 36,9%, para US$ 1,1 bilhão, e a China também foi o principal país comprador, respondendo por 65,9% do valor total. As vendas de carne de frango, também puxadas pelo país asiático, aumentaram 46,7%, para o recorde em meses de junho de US$ 932,1 milhões, e as de carne suína foram 19,1% menores (US$ 216,6 milhões).
Produtos florestais, açúcar & etanol e café
Entre os demais grupos de produtos mais exportados pelo agro brasileiro, o de produtos florestais registrou aumento de 23,1%, para US$ 1,5 bilhão, açúcar e etanol avançaram 0,3%, para US$ 1,1 bilhão, e café subiu 73,6%, para US$ 788,7 milhões. No total, a China foi o destino de 36,3% da receita dos embarques do agronegócio brasileiro em junho, ou US$ 5,7 bilhões.
Primeiro semestre
Assim, no primeiro semestre do ano as exportações brasileiros do agro chegaram a US$ 79,3 bilhões, 29,4% mais que em igual intervalo do ano passado. As importações cresceram 8,5% na comparação, para US$ 8,1 bilhões, e o superávit foi 32,3% maior (US$ 71,2 bilhões). De janeiro a junho os embarques de soja e derivados aumentaram 30,1%, para US$ 37,8 bilhões, os de carnes cresceram 35,3%, para US$ 12,2 bilhões, os de produtos florestais subiram 29,1%, para US$ 8,3 bilhões, os de açúcar e etanol registraram queda de 6,9%, para US$ 4,3 bilhões, e os de café foram 55,5% maiores (US$ 4,6 bilhões). No semestre, a China foi o destino de 35,6% das exportações totais do agro brasileiro (US$ 28,3 bilhões).
Fonte: Valor