As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 100,8 bilhões em 2020. A marca, segunda melhor da história, representou um crescimento de 4% em relação à 2019, quando as vendas externas chegaram a US$ 97 bilhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Insper.
Complexo soja, carnes, açúcar, café e algodão foram os principais destaques positivos da balança do setor no ano passado. Houve queda nos embarques de celulose, milho, fumo e laranja.
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O bom desempenho do setor agropecuário brasileiro no cenário internacional é explicado pelo câmbio, com a forte desvalorização do real frente ao dólar, e por fatores como a resiliência da cadeia logística e de suprimentos durante a pandemia, a firme demanda chinesa por grãos e carnes e o aumento das compras de commodities por países emergentes, avalia o instituto.
"O agronegócio foi exemplo de resiliência e produtividade em tempos de pandemia e recessão global ao garantir o abastecimento doméstico e assumir um papel ainda mais protagônico na segurança alimentar global", diz o Insper, em comunicado.
Soja em grão e derivados renderam embarques de US$ 35,2 bilhões em 2020. O processo de recuperação da produção de suínos na China, com a sub,stituição forçada da criação de “fundo de quintal” por fazendas comerciais, puxou a alta nas vendas do grão pelo Brasil no ano passado em função do incremento das compras chinesas para a produção de ração.
A mudança também vai influenciar um aumento da demanda por soja e milho importados pelos chineses nos próximos anos, ressalta o Insper.
A peste suína e novas habilitações de plantas brasileiras também contribuíram para o desempenho das exportações de carnes (principalmente bovina e suína), que alcançaram US$ 16,4 bilhões em negócios em 2020. A exportação sucroenergética cresceu 61% em relação a 2019 e ultrapassou US$ 10 bilhões embarcados em 2020 - ainda abaixo do recorde histórico de US$ 16 bilhões em 2011. As vendas externas de algodão atingiram a marca de US$ 3,2 bilhões.
Assim, China e Hong Kong puxaram o crescimento dos embarques, avalia o comunicado do Insper. Mais de um terço dos valores exportados foram para esses destinos - US$ 36 bilhões, 9% a mais que em 2019.
Também cresceram as exportações para o Sudeste Asiático (30%), para o sul da Ásia (30%) e para a África Subsaariana (16%). Para os países asiáticos em geral, os embarques aumentaram 13%.
Para a União Europeia, segundo maior destino das vendas brasileiras, houve ligeira redução em relação à 2019. As maiores baixas, no entanto, foram nas vendas para Japão e Coréia do Sul (11%).
Fonte: Valor